sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Curral gospel - Lourenço Stelio Rega

      Mais uma vez estamos assistindo o “filme” de novas eleições. Os donos do poder no Brasil acionam a lógica política eleitoreira para manter seus feudos e principados. A população não consegue entender ou faz de conta que não entende. A memória do povo continua sendo apagada por promessas e vantagens que raramente são cumpridas por muitos candidatos.
       Vivemos um regime patrimonialista, em que o país é propriedade de algumas pessoas e não de todos. Um sistema paternalista, em que candidatos conseguem votos usando como moeda de troca cestas básicas ou promessas assemelhadas. A ilusão publicitária faz com que palavras “mágicas” e sedutoras induzam os eleitores a achar que algum salva-pátria finalmente surgiu. O candidato será bom ou não, dependendo do publicitário que tem, nunca de um plano de trabalho. Assim, está sendo destruída a ordem social brasileira, sabotando-se as bases do país e a estrutura que mantém de pé os privilégios que alguns “príncipes” têm sobre o resto da população.
       Se quem paga a conta é quem manda, então quem pagará a conta do candidato é que vai mandar e transformar o político em seu cabresto na hora de votar um projeto ou de exercer a administração do país. Essa lógica mantém o privilégio dos poderosos acima da lei. As elites do país demonstram seguir a lógica do domínio do poder privado sobre a coisa pública.
       O mais difícil de tudo isso é que essa lógica maquiavélica não está apenas restrita ao ambiente secular, mas já contaminou e invadiu o meio religioso. Igrejas, com seus poderosos “arcanjos”, líderes apostólicos que reinam no seu bispado, determinam, sob as penas celestiais, que seus “clientes” devem votar nesse ou naquele candidato. Comandando igrejas como um curral de animais selvagens que precisam de chicote e de direção. Um curral sem inteligência suficiente para analisar o programa de trabalho do candidato, apenas seduzido com a indicação desses pretensos líderes religiosos que usam a máquina eclesiástica e o temor da religião para dominar e conquistar as suas almas.
       Há ainda a máxima “irmão sempre vota em irmão”. Mas isso só deve valer quando o programa do irmão-candidato é sadio para o bem da sociedade, se sua vida é coerente com os princípios do Evangelho e se tem competência para exercer o eventual mandato.
       Votar é coisa séria. Se for para o governo executivo de um Estado ou mesmo o do país, será preciso levar em conta a experiência do candidato em governar, pois há candidato que é apenas rótulo e vasilhame, sem conteúdo e experiência de governo. Mas também é preciso levar em conta a sua a vida pessoal, seu exemplo de caráter, sua história de vida. Além disso, como o candidato se alinha aos ideais cristãos? Se não os princípios cristãos serão massacrados e pisoteados.
Cabe a cada um escolher ser ou não inocente útil nesse jogo. 
       Sugestão de olho do artigo: O domínio do poder privado sobre a coisa pública não está apenas restrito ao ambiente secular, mas já contaminou o meio religioso
Revista Eclésia, Coluna Observatório, setembro/2010.
FONTE: VIGIAI

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Aborto diga não!

Aborto diga não!
1999 - Um fotógrafo que fez a cobertura de uma intervenção cirúrgica para corrigir um problema de espinha bífida realizada no interior do útero materno num feto de apenas 21 semanas de gestação, numa autêntica proeza médica, nunca imaginou que a sua máquina fotográfica registaria talvez o mais eloquente grito a favor da vida conhecido até hoje.

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É importante esclarecer que este BLOG, em plena vigência do Estado Democrático de Direito, exercita-se das prerrogativas constantes dos incisos IV e IX, do artigo 5º, da Constituição Federal.

Relembrando os referidos textos constitucionais, verifica-se: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato" (inciso IV) e "é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença" (inciso IX).

Além disso, cabe salientar que a proteção legal de nosso trabalho também se constata na análise mais acurada do inciso VI, do mesmo artigo em comento, quando sentencia que "é inviolável a liberdade de consciência e de crença".

Tendo sido explicitada, faz-se necessário, ainda, esclarecer que as menções, aferições, ou até mesmo as aparentes críticas que, porventura, se façam a respeito de doutrinas das mais diversas crenças, situam-se e estão adstritas tão somente ao campo da "argumentação", ou seja, são abordagens que se limitam puramente às questões teológicas e doutrinárias.

Assim sendo, não há que se falar em difamação, crime contra a honra de quem quer que seja, ressaltando-se, inclusive, que tais discussões não estão voltadas para a pessoa, mas para idéias e doutrinas.

Fonte:www.apocalink.blogspot.com