Agora caiu a máscara!
Fim de papo!
Fim de conversa!
Agora já temos a confissão!
O
objetivo da dita “comissão de juristas” que elaborou a nova proposta de Código
Penal (que contou com um candidato ao Supremo Tribunal Federal), que está no
Senado, era mesmo legalizar o aborto, CONTRA A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL e sem debater com ninguém.
Já
escrevi um longo texto a respeito daquela proposta
aloprada. O título é também longo, a saber: “Proposta de Código Penal libera o aborto, faz a vida humana valer
menos que a de um cachorro, deixa-se pautar pela Marcha da Maconha, flerta com
o “terrorismo do bem” e entrega nossas escolas ao narcotráfico. Fernandinho
Beira-Mar e Marcola não pensariam em nada mais adequado a seus negócios!”
Evidenciava
naquele post e em outros tantos que os ditos juristas estavam
propondo a legalização do aborto, o que eles negavam. E por que eu afirmava
aquilo? Por causa do Artigo 128, a saber:
Art. 128. Não há crime de aborto:
I – se houver risco
à vida ou à saúde da gestante;
II – se a gravidez
resulta de violação da dignidade sexual, ou do emprego não consentido de
técnica de reprodução assistida;
III – se comprovada
a anencefalia ou quando o feto padecer de graves e incuráveis anomalias que
inviabilizem a vida extrauterina, em ambos os casos atestado por dois médicos;
ou
IV – se por vontade da gestante, até a
décima segunda semana da gestação, quando o médico ou psicólogo constatar que a
mulher não apresenta condições psicológicas de arcar com a
maternidade.
Parágrafo único. Nos casos dos incisos
II e III e da segunda parte do inciso I deste artigo, o aborto deve ser
precedido de consentimento da gestante, ou, quando menor, incapaz ou
impossibilitada de consentir, de seu representante legal, do cônjuge ou de seu companheiro.
Como
se lê acima, o que se tem é a legalização do aborto. Basta, para tanto, que a
mulher alegue não ter “condições psicológicas” de arcar com a gravidez. Mas os
doutores não ficaram só nisso, não! Nos abortos feitos fora das prescrições
legais, a pena, que era de dois a quatro anos, caiu para de seis meses a dois
anos. Atenção! Essa mesma proposta pune com dois a quatro anos quem destruir um
ninho de passarinho, impedir a reprodução de animais ou, pasmem!, usar ratinhos
de laboratório se ficar comprovado que a pesquisa poderia ser feita sem eles.
Vocês entenderam direito: os sábios se reuniram e decidiram que matar um feto
de oito ou nove meses de gestação pode render pena de apenas seis meses (e,
portanto, pena nenhuma). Já quem matar um camundongo corre o risco de ficar
quatro anos em cana.
É a
revolução dos tarados morais. Sabem aquela pergunta clichê “Você é um homem ou
um rato?” No Brasil daqueles “juristas”, o vantajoso é ser um rato.
Denunciei
isso aqui muitas vezes. Apontei que se tratava, na prática, da legalização do
aborto — essa mesma comissão descrimina o consumo de drogas e, na prática,
legaliza o pequeno tráfico — e, pois, o grande. Naquele texto, explico por quê.
Pois bem, os defensores da proposta negavam que assim fosse.
Entre Aspas
A
jornalista Mônica Waldvogel, que comanda o programa “Entre Aspas”, na
GloboNews, convidou para debater a proposta de novo código o procurador Luiz
Carlos dos Santos Gonçalves, que coordenou a comissão dos sábios, e a excelente
Janaina Conceição Paschoal, professora de direito da Universidade de São Paulo.
Para assistir à integra do programa, clique aqui. Gonçalves tentou ser irônico com os críticos
das propostas alopradas, mas foi malsucedido. Janaina o triturou.
Prestem atenção ao que se dá a partir
dos 16min58s, quando a professora aborda a questão do aborto. Ela demonstra
que, na prática, se trata de legalização (tarefa que não compete à comissão,
diga-se, que não pode reformar a Constituição!), não de tutela da saúde da
mulher, e a evidência é a diminuição da pena para os abortos feitos fora das
prescrições do Artigo 128.
E o
que fez o buliçoso Gonçalves, que já havia negado em várias entrevistas que a
comissão estivesse propondo a legalização do aborto? Ele admitiu que é isso
mesmo, com todas as letras. Aos 16min45s do programa, afirma: “Nós reconhecemos
orgulhosamente” (a legalização). E segue repetindo
“orgulhosamente, orgulhosamente”. Na sequência, diz que a proposta foi aprovada
por unanimidade na comissão. Ah, foi, é? Então o Senado terá duas tarefas: uma
delas é jogar no lixo boa parte das propostas; outra possível é fazer a devida
sabatina a um provável candidato ao Supremo. Trato disso no post abaixo deste.
Pergunta
Que
arrogância a deste senhor Gonçalves! Vale a pena ver a entrevista para
constatar o seu tom militante, desafiador. Quem lhe deu licença para o que
entendo ser uma forma de trapaça intelectual e jurídica? Quem lhe outorgou o
papel de reformador da Constituição ao coordenar o que deveria ser uma proposta
de reforma do Código Penal? Se ele quer legalizar o aborto “orgulhosamente”,
por que não se candidata à Câmara ou ao Senado Federal e, se eleito, propõe uma
emenda constitucional?
Enquanto
coordenava os trabalhos, ele procurava se mostrar parcimonioso e cerimonioso.
Agora não mais. Confessa-se um militante da causa do aborto “orgulhosamente” e
diz com todas as letras que a comissão fez aquilo que seus críticos diziam que
tinha mesmo feito, embora ele negasse de pés juntos.
Eis
aí! No país de Gonçalves, matar um rato pode ser mais grave do que matar um
homem.
Orgulhosamente!
Por
Reinaldo Azevedo
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