AE - Agência
Estado
Pastores da Assembléia
de Deus Ministério em Santo Amaro pediram voto na noite de ontem para o
candidato do PRB à Prefeitura, Celso Russomanno, durante um culto na igreja da
zona sul paulistana. Até o número de Russomanno, que estava presente, foi
citado.
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A legislação proíbe campanha dentro de templos religiosos -
considerados bens públicos. A multa varia de R$ 2 mil a R$ 8 mil.
Conforme o
Estado revelou ontem, a Assembléia de Deus Ministério em Santo Amaro
estabeleceu uma meta a seus 500 pastores: cada um deve conseguir ao menos cem
votos para Russomanno. A meta foi lembrada durante culto de ontem, uma
comemoração do aniversário de 57 anos do presidente da igreja, pastor Marcos
Galdino. O Ministério da Assembléia de Deus planeja distribuir 1,2 milhão de
cartas em prol do candidato do PRB.
"Leve esse nome, Celso Russomanno, para mais
100 pessoas, para que possa assumir essa grande cidade de São Paulo. Me dê esse
presente. Vamos apostar em mudança", disse Marcos Galdino. Ele também pediu que os fiéis dessem
dez abraços em pessoas que estavam ao lado - enfatizando o número do candidato.
Convidado, o
candidato subiu ao altar da Assembleia de Deus por volta das 20h30 ao lado de
seu vice, Luiz Flávio D''Urso (PTB), do coordenador de campanha, deputado
estadual Campos Machado (PTB) e do vereador e bispo da Igreja Universal do
Reino de Deus Atílio Francisco (PRB). Com pouco tempo no horário eleitoral de
TV, Russomanno tem contado com o apoio de obreiros da Universal para conseguir
votos nas ruas.
Questionados sobre o pedido de votos dentro da igreja, Russomanno, formado em
Direito, e D''Urso, presidente
licenciado da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP),
preferiram o silêncio. "Não tenho
nada a declarar", repetiu inúmeras vezes Russomanno. "O apoio é extremamente importante. Todas as igrejas são bem-vindas
nessa campanha. Todas. Estou muito feliz com o apoio de todas." "Não
vou falar nada. Não partiu da gente", emendou D''urso.
O artigo 37
da Lei Eleitoral diz que templos são bens o públicos - "aqueles a que a população em geral tem
acesso, ainda que de propriedade privada" - portanto não podem abrigar campanhas. Professor
de direito eleitoral da UnB, o advogado Augusto Aras afirmou que a prática é
ilícita e que, se somada a outros fatos, pode culminar em abuso de poder.
"O fato é
ilícito eleitoral. Porque é proibida qualquer tipo de propaganda eleitoral, mesmo se ela acontecer em
espaços privados. O espaço é público pelo seu acesso, que é livre", disse.
Duas outras alas da Assembléia de Deus apóiam outros candidatos nas
eleições paulistanas. O Ministério do Belém, o maior do País, apóia José Serra
(PSDB). O Ministério do Brás apóia Gabriel Chalita (PMDB). As informações são
do jornal O Estado de S. Paulo.
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