Nós aprendemos que a ira de Deus é
manifestada contra a humanidade na separação do homem de Deus, seu ser sendo
entregue ao pecado, sua exposição à miséria, e sua sujeição à morte física.
Nesta lição, vamos considerar a maior de todas as manifestações de ira divina —
o inferno. Uma das mais solenes verdades das Escrituras é que as
consequências do pecado não terminam com a morte física. Após a morte, há um
julgamento final, e aqueles que morrem em seus pecados passarão a eternidade no
inferno. Muito embora esta doutrina seja frequentemente ridicularizada e
rejeitada, não podemos ignorar o claro ensinamento das Escrituras: há um lugar
para julgamento eterno dos perversos.
HADES E GEENA
No Novo Testamento, dois termos
específicos são utilizados para se referir ao inferno: Hades e Geena.
Podemos chegar a uma compreensão mais clara da natureza do inferno a partir de
um estudo cuidadoso dessas duas referências.
HADES
A palavra Hades vem da
palavra grega hades, que aparece dez vezes no Novo Testamento
(Mateus 11:23; 16:18; Lucas 10:15; 16:23; Atos 2:27, 31; Apocalipse 1:18; 6:8;
20:13-14). Embora ela seja mais empregada como uma referência à morte e à
moradia geral dos mortos, ela é claramente usada em Lucas 16:23 para se referir
a um lugar onde os perversos são atormentados. Há duas interpretações
principais a respeito do Hades e sua relação com o Geena: (1) Hades e Geena se
referem ao mesmo lugar de tormento. Antes da ressurreição e o último
julgamento, os perversos sofrerão em um estado desencarnado. Após a
ressurreição e o julgamento final, os perversos são unidos a seus corpos
ressurretos e retornados ao mesmo lugar de tormento. (2) O Hades é a moradia
temporária dos perversos desencarnados até a ressurreição e o julgamento final,
quando os perversos são reunidos com seus corpos e transferidos para um lugar
de tormento eterno chamado Geena. Esta segunda interpretação parece mais
provável, uma vez que o Hades um dia será destruído (Apocalipse 20:14) enquanto
o sofrimento no Geena é interminável (Marcos 9:47-48).
GEENA
A palavra Geena aparece
doze vezes no Novo Testamento (Mateus 5:22, 29-30; 10:28; 18:9; 23:15, 33;
Marcos 9:43, 47; Lucas 12:5; Tiago 3:6). Ela é a forma grega da expressão em
aramaico gehinnam, que se refere ao vale de Hinom (Josué
15:8), localizado ao sul de Jerusalém (hoje ele é chamado de Wadi
er-Rababi). Sob o reinado dos reis ímpios Acaz e Manassés, este era um
lugar onde os pais ofereciam seus filhos como sacrifício ao deus amonita
Moloque (vide Jeremias 32:35; 2 Reis 16:3; 21:6). Durante o reinado de Josias,
a prática do sacrifício de crianças foi abolida e o vale de Hinom foi
dessacralizado (2 Reis 23:10-14). Ele eventualmente se tornou um aterro para
disposição de lixo, carcaças de animais mortos, e os corpos de criminosos
executados. Era um lugar de fogo e fumaça contínuos e era infestado com larvas,
vermes e animais daninhos. Na época de Cristo, a palavra Geena era
comumente empregada para denotar o lugar de punição e tormento final para os
perversos — um lugar de eternas morte, corrupção, impureza e miséria.
A NATUREZA DO
INFERNO
Em qualquer tentativa de entender a
natureza do inferno, devemos proceder com muita cautela. Por um lado, devemos
ser cuidadosos para seguir as Escrituras e não as descrições fantásticas do
inferno criadas tanto pela literatura antiga quanto pela literatura moderna e a
mídia. Por outro lado, devemos ser cuidadosos para não menosprezar a doutrina
do inferno ou diminuir seus horrores. De acordo com as Escrituras, e
especialmente os ensinos de Jesus Cristo, existe um lugar real chamado inferno
que é tão terrível em seu sofrimento quanto eterno em sua duração.
EXCLUSÃO DA
PRESENÇA FAVORÁVEL DE DEUS
O primeiro, e possivelmente o mais
terrível, aspecto do inferno é a exclusão da presença favorável de Deus. No
pensamento evangélico moderno, o inferno é frequentemente descrito como um
lugar de tormento externo à presença de Deus. É frequentemente dito que o céu é
o céu por causa da presença de Deus, e o inferno é o inferno por causa de Sua
ausência. Embora esta afirmação tenha um elemento de verdade, ela é
extremamente capciosa. Não é a ausência de Deus que faz do inferno um lugar de
tormento, mas a ausência de Sua presença favorável. De fato, o inferno é o
inferno porque Deus está lá na plenitude de Sua justiça e ira.
1. 2 Tessalonicenses 1:9-10 é
um dos mais importantes textos nas Escrituras a respeito da separação dos
perversos da presença favorável de Deus. Leia o texto até que esteja
familiarizado com seu conteúdo e então escreva suas considerações.
________________________________________________________________________
2. Nas Escrituras, diversos textos se
referem ao julgamento final e o inferno como sendo expulso ou excluído da
presença de Deus. Considere cada texto cuidadosamente e então escreva suas
considerações.
Mateus 7:23; Lucas 13:27
________________________________________________________________________
Mateus 8:11-12; 22:13; 25:30
________________________________________________________________________
3. Não é a ausência de Deus que
faz do inferno um lugar de tormento, mas a ausência de Sua presença
favorável. Sem retirar nada dos textos que acabamos de considerar, é
importante observar que o inferno é o inferno porque Deus está lá na
plenitude de Sua justiça e ira. O que os textos abaixo nos ensinam
sobre esta verdade?
Apocalipse 14:9-10
________________________________________________________________________
Isaías 30:33
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SOFRIMENTO
INDESCRITÍVEL
É impossível ser fiel às Escrituras,
especialmente às palavras de Jesus, enquanto ao mesmo tempo se procura negar ou
ignorar as verdades que elas ensinam a respeito do sofrimento dos perversos no
inferno. Como veremos, as Escrituras, e especialmente Jesus, falam sobre o
inferno como um lugar de sofrimento indescritível. É corretamente dito que a
felicidade do céu vai além da compreensão humana e do poder de comunicação da
linguagem humana. De acordo com as Escrituras, o mesmo pode ser dito dos
sofrimentos e horrores do inferno. É importante lembrar que embora a doutrina
do inferno seja repulsiva para muitos, isso não a torna menos real.
Antes de procedermos, é importante
entender que o inferno não é um lugar onde os perversos são cruelmente
torturados, mas onde eles sofrem a perfeita justiça pelos seus pecados. Deus
não é cruel. Ele não tortura alegremente Seus inimigos. De fato, a Bíblia
ensina que Deus não se compraz na morte do perverso (Ezequiel 18:23, 32). Deus
é um Deus de justiça, e o inferno é o lugar onde esta justiça é aplicada. Os perversos
recebem a exata medida de punição que lhes é devida.
1. De acordo com as palavras de Jesus
nas seguintes passagens das Escrituras, como o inferno é descrito? O que cada
descrição nos ensina sobre o sofrimento encontrado no inferno?
a. Um lugar de T_____________ (Lucas 16:28)
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b. Um lugar onde há
C_____________ e R_____________ de dentes (Mateus 8:12)
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Nota: Esta descrição dos sofrimentos do
perverso no inferno é importante por causa de seu frequente uso por Jesus
(Mateus 13:42, 50; 22:13; 24:51; 25:30; Lucas 13:28).
2. As duas passagens das Escrituras
abaixo nos revelam algo a respeito do indescritível sofrimento do inferno. Leia
cada passagem até que esteja familiarizado com seu conteúdo e então resuma o
que é revelado a nós sobre os tormentos do inferno.
Lucas 16:19-31
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Apocalipse 14:9-11
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3. Embora a Bíblia deixe claro que cada
habitante do inferno sofrerá tormento inenarrável, ela também ensina
que este sofrimento será de acordo com o pecado da vida de cada um. O
que as passagens abaixo nos ensinam sobre esta verdade?
Mateus 11:20-24
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Lucas 12:42-48
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Mateus 23:14
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PUNIÇÃO ETERNA
Possivelmente a mais assustadora verdade
sobre o inferno é que ele é eterno. Todos os que passam por seus portões estão
privados de qualquer esperança de futura redenção ou restauração. Eles estão
eternamente condenados. Esta verdade é provavelmente uma das mais repulsivas
àqueles que rejeitam a doutrina bíblica do inferno. Como pode ser justa uma
punição eterna? A punição não excede de longe o crime?
Quando se pensa a respeito da natureza
do inferno, duas verdades devem ser consideradas: (1) Devemos levar em conta a
abominável natureza do pecado. Pecado cometido contra um Deus infinitamente
digno é merecedor de punição eterna. Chutar um cachorro é algo terrível, mas
não é nada comparado a um homem bater em sua mulher ou esbofetear seu rei. Quão
maior é o crime que se opõe a um Deus infinitamente grande e digno (Salmo 145:3)? (2) A punição do inferno é eterna,
pois ao longo da eternidade os perversos continuarão sua rebelião sem
arrependimento. Não devemos assumir que os perversos se arrependem no dia do
julgamento ou após uma curta estadia no inferno. Ao invés disso, seu ódio por
Deus, sua dureza de coração, e sua rebelião desavergonhada continuam ao longo
da eternidade. Eles foram lançados no inferno como odiadores de Deus, e
odiadores de Deus eles permanecem. Rebelião eterna exige punição eterna.
1. Como o inferno é descrito nas
seguintes passagens das Escrituras? O que estas descrições comunicam a nós
sobre a eterna natureza do inferno?
a. F__________ E___________ (Mateus 18:8; 25:41; Judas 7)
________________________________________________________________________
b. C____________ E_____________
(Mateus 25:46)
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c. E___________ D_______________
(2 Tessalonicenses 1:9)
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Nota: Embora alguns argumentem erroneamente
que a palavra destruição indica uma cessação de existência, a
palavra eterna torna esta interpretação impossível. No
inferno, os perversos são entregues a uma existência que pode ser corretamente
descrita como destruição contínua.
2. O que os textos bíblicos abaixo nos
ensinam sobre a natureza eterna do inferno e a punição eterna repartida entre
os perversos?
Marcos 9:47-48
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Apocalipse 14:11
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Apocalipse 20:10; Mateus 25:41
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3. Muitos que negam a natureza eterna do
inferno nunca negariam a natureza eterna do céu. Contudo, para que haja
consistência é necessário que se alguém rejeita a natureza eterna do inferno,
ele também rejeite a natureza eterna do céu. Como Mateus 25:46 demonstra esta verdade?
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Nota: Seria inconsistente dar dois
significados contraditórios à mesma palavra na mesma sentença. Se punição
“eterna” não significa de fato que os perversos são punidos para sempre, então
vida “eterna” não significa realmente que os justos vivem para sempre na
presença de Deus.
UMA DESCRIÇÃO
BÍBLICA DO INFERNO
Nas Escrituras, muitas descrições
gráficas e impressionantes do inferno são dadas. Se elas devem ser tomadas como
literais ou não tem sido um debate constante entre os estudiosos conservadores.
O inferno é um lugar de literais fogo e trevas, de enxofre e fumaça? Se alguém
nega uma interpretação literal destas descrições com o propósito de diminuir os
sofrimentos dos perversos no inferno, isto deve ser desconsiderado. Contudo, é
aceitável considerar estas descrições como sendo figurativas no sentido de que
sejam uma tentativa de descrever algo tão aterrorizante que vai além da
capacidade da mente humana de conceber e além do poder de comunicação de nossa
linguagem humana. Para descrever os horrores do inferno, os autores bíblicos
usaram os maiores horrores conhecidos pelo homem na terra, mas pode-se afirmar
que o inferno é pior do que qualquer coisa encontrada na terra. Fogo, trevas,
enxofre, e fumaça são apenas uma tentativa débil de descrever a realidade muito
mais aterrorizante do que qualquer uma destas palavras possa comunicar. Da
mesma maneira que as glórias do céu não podem ser compreendidas pela mente
humana ou comunicadas através da linguagem humana, os horrores do inferno estão
além de nossa compreensão e habilidade de descrição.
1. Como o inferno é descrito nas
passagens abaixo? O que estas descrições nos comunicam a respeito da natureza
do inferno?
a. F_______ (Mateus 3:10; 7:19): Ao longo das Escrituras, a ideia de fogo é utilizada para
comunicar o julgamento e a ira de Deus revelados contra o pecado e o pecador. É
a reação santa e justa de Deus para com todo o que contradiz Sua natureza e
vontade. É feroz, aterrorizante, e irresistível. Tão aterrorizante e intensamente
doloroso como o fogo literal é para um homem em chamas, ainda assim
não pode sequer começar a descrever o fogo da ira de Deus que é distribuído
contra os perversos no inferno.
b. F__________ E____________ (Mateus 18:8; 25:41):
A ênfase aqui é que os sofrimentos dos perversos no inferno são para sempre. Não há esperança de redenção ou restauração para aqueles que estão no
inferno.
c. F__________ I______________ (Mateus 3:12): A idéia comunicada
aqui é que os tormentos do inferno não apenas serão eternos, mas irredutíveis. Não haverá qualquer alívio para os condenados.
d. L_________ de F_________ e
E____________ (Apocalipse 20:10):
Esta descrição é dada para comunicar a imensidão do poder do inferno. Não é apenas um pingo ou um pequeno riacho de tormento, mas os
habitantes do inferno serão como aqueles perdidos no mar em um oceano massivo e
agitado da ira de Deus, surrados e lançados, indo e vindo pelas violentas e
eternas ondas da justa indignação de Deus, como homens se afogando em um
massivo e agitado caldeirão de fogo.
e. F___________ A___________ (Mateus 13:42): A verdade
comunicada aqui é intensa. Em
uma fornalha, todos os elementos aterrorizantes do fogo são intensificados — há
pouca chance do calor escapar, nenhuma chuva para refrear as chamas, e nenhuma
brisa para trazer refrigério ou alívio. A intensidade dos sofrimentos do
inferno nunca será diminuída.
f. F________ nas T____________ (Mateus 8:12; 22:13; 25:30):
A verdade comunicada aqui é de alienação. Os habitantes do inferno são expulsos e não se acha lugar para eles.
Eles não são apenas alienados de Deus, mas da comunhão com outros. É um lugar
de absoluto e insuportável isolamento, aparte da vida e da luz de Deus.
g. N__________ das T___________
(Judas 13): Há pouquíssimas coisas mais solitárias ou que mais aprisionam do que
a negridão das trevas. Relacionado
a tal escuridão está a maior sensação de condenação ou desesperança.
h. S__________ M___________ (Apocalipse 20:14; 21:8):
O destino final dos perversos é justamente o oposto do destino do crente. Para o crente não existe mais o medo da morte (Hebreus 2:15) porque não
existe mais morte (Apocalipse 21:4). Em contraste, os perversos viverão em um
estado de morte infinita. Eles terão uma existência consciente, mas sem nenhuma
das bênçãos, esperanças ou alegrias da vida.
2. Tendo considerado alguns dos nomes
descritivos do inferno, escreva suas considerações. Como você descreveria o
inferno para outra pessoa?
________________________________________________________________________
AVISOS PARA EVITAR
O INFERNO A QUALQUER CUSTO
Os horrores do inferno são claramente
comunicados nos avisos escriturais para que se evite o inferno a qualquer
custo. De todos os horrores que possam de alguma maneira vir sobre o homem, o
inferno é o pior deles. É importante observar que Jesus Cristo falou sobre o
inferno mais do que todos os outros autores bíblicos juntos. Ele ensinou
claramente e sem utilização de escusas sobre as realidades do inferno e deu aos
homens o maior de todos os avisos para fugir da ira vindoura. Os textos abaixo
são dois dos mais sérios avisos dados por Jesus Cristo a respeito dos horrores
do inferno. Escreva suas considerações. O que estes avisos nos comunicam a
respeito dos horrores do inferno e a necessidade de temê-los?
Mateus 10:28
________________________________________________________________________
Lucas 12:5
________________________________________________________________________
3. Jesus e os autores bíblicos não
apenas ensinaram sobre os horrores do inferno, mas advertiram aos homens que
evitassem a condenação do inferno a qualquer custo. O que as seguintes
passagens das Escrituras nos ensinam a respeito desta verdade?
Lucas 13:24
________________________________________________________________________
Nota: A palavra esforço vem
de uma palavra grega que significa pelejo, luta, trabalho intenso, ou trabalho
com tremendo zelo.
Mateus 18:8-9; Marcos 9:43-48
________________________________________________________________________
Nota: Estas passagens não devem ser tomadas
literalmente — Jesus não está ensinando as virtudes da automutilação como um
meio para restringir as paixões pecaminosas. Ele está simplesmente ensinando
que devemos lidar radicalmente com o pecado por causa de suas consequências
terríveis. Um homem que lida com o pecado de maneira insignificante nunca
escapará do fogo do inferno.
A Única Esperança
do Homem
Chegando ao final do estudo sobre o
homem, nós alcançamos algumas conclusões solenes. O pecado de Adão alcançou
toda a raça humana. Todo homem é um ser moralmente corrupto, hostil para com
Deus, e indisposto a se submeter à Sua vontade. Todos são capazes de pecados e
perversões inenarráveis, e todos são, portanto, merecedores da justa condenação
de um Deus santo e reto. As Escrituras são claras: todos os homens sem exceção
permanecem condenados diante de Deus sem escusa ou álibi, e o homem não pode
fazer nada para mudar suas circunstâncias ou reconciliar a si mesmo com Deus.
Esta é uma verdade apavorante, mas ela deve ser crida e aceita se pretendemos
compreender a grande salvação que Deus cumpriu para Seu povo através de Jesus
Cristo.
As seguintes passagens das Escrituras
são uma conclusão adequada para este estudo, pois elas não apenas declaram a
verdade solene a respeito de nossa inabilidade de salvar a nós mesmos, mas
também proclamam a grande esperança de salvação através da misericórdia de Deus
revelada em Jesus Cristo. Considere cada passagem, escrevendo tanto a verdade
solene quanto a grande esperança que é encontrada em
cada uma.
Salmo 130:3-4
a. A Verdade Solene (v. 3):
________________________________________________________________________
b. A Grande Esperança (v. 4):
________________________________________________________________________
Romanos 3:19-26:
a. A Verdade Solene (vs. 19-20):
________________________________________________________________________
b. A Grande Esperança (vs.
21-26):
________________________________________________________________________
Romanos 7:24-8:2:
a. A Verdade Solene (7:24):
________________________________________________________________________
b. A Grande Esperança
(7:25-8:2):
________________________________________________________________________
Gálatas 3:22:
a. A Verdade Solene:
________________________________________________________________________
b. A Grande Esperança:
________________________________________________________________________
A verdade sobre o homem é devastadora
para qualquer um cuja consciência tenha sido acordada pelo Espírito Santo. Como
o apóstolo Paulo clamou: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta
morte?” (Romanos 7:24). A resposta para a pergunta de Paulo e a solução para o
apuro apavorante do homem é encontrada apenas em Cristo — o Evangelho, ou as
Boas Novas de Sua obra salvadora por nós.
O salmista nos diz que se o Senhor
mantivesse um registro de nossas transgressões contra Ele, não haveria um único
homem na terra que pudesse subsistir diante d’Ele no julgamento (Salmo
130:3-4). Nossas iniquidades recaíram sobre nossas cabeças e como um fardo
pesado o peso delas é demais para que suportemos (Salmo 38:4). O pecado é o
maior problema da humanidade a fonte singular de todas as maledicências que nos
arruínam como indivíduos e como sociedades coletivas. Portanto, nossas duas
maiores necessidades são a salvação da condenação do pecado, e o livramento de
seu poder. Ambas as quais são fornecidas na pessoa de Jesus Cristo e em Sua
obra salvadora por nós.
A Bíblia declara inequivocamente que
Deus é misericordioso e compassivo, longânimo e assaz benigno (Êxodo 34:6-8).
Portanto, Ele não se compraz na morte do perverso, mas prefere que ele se
desvie de seu mau caminho e viva (Ezequiel 18:23). Independentemente da
profundidade do pecado de um homem ou da extensão de sua rebelião, são
oferecidos a ele o perdão e a limpeza se ele abandonar seu mau caminho e
retornar ao Senhor. O salmista vai ainda mais longe ao dizer que Deus irá
perdoar suas obras más, cobrir seus pecados, e não mais considerar suas
transgressões (Salmo 32:1-2; Romanos 4:6-8).
São notícias impressionantes, mas nos
são apresentadas com um dilema teológico ou filosófico: Como pode um Deus bom e
justo conceder perdão a homens perversos? Não fará o que é bom o juiz de toda a
terra (Gênesis 18:25)? Pode um Deus justo ser indiferente ao pecado ou varrê-lo
para debaixo do tapete como se nunca tivesse acontecido? Pode um Deus santo
trazer homens perversos à comunhão com Ele mesmo e continuar sendo santo? As
próprias Escrituras declaram que “O que justifica o perverso… é abominável para
o SENHOR” (Provérbios 17:15). Então como pode Deus perdoar o perverso sem
comprometer Seu próprio caráter? Novamente, a resposta é encontrada na pessoa e
na obra de Cristo.
De acordo com as Escrituras, o homem
pecou e o salário do pecado é a morte (Romanos 3:23; 6:23). Deus é justo e
exige que Sua lei seja satisfeita antes que o culpado possa ser perdoado
(Provérbios 17:15). Na plenitude dos tempos, o Filho do Homem tornou-se homem e
andou nesta terra em perfeita obediência à lei de Deus (Gálatas 4:4). No fim de
Sua vida e de acordo com a vontade do Pai, Ele foi crucificado pelas mãos de
homens iníquos (Atos 2:23). Na cruz, ele tomou o lugar de Seu povo culpado e
seu pecado foi imputado a Ele (2 Coríntios 5:21). Como o portador dos pecados,
Ele se tornou maldição de Deus, abandonado por Deus, e esmagado sob o peso da
ira de Deus (Gálatas 3:13; Mateus 27:46; Isaías 53:10). Através de Sua morte, a
dívida do pecado foi paga, as exigências de justiça de Deus foram satisfeitas,
e a ira de Deus foi satisfeita. Desta maneira, Deus resolveu o grande dilema.
Ele puniu justamente os pecados de Seu povo na morte de Seu único Filho, e
portanto, pode livremente justificar a todos que depositam sua esperança n’Ele.
Através da morte de Seu Filho, Deus pode
agora ser o justo e justificador até mesmo do mais vil pecador que coloca sua
esperança n’Ele (Romanos 3:26). Contudo, o Evangelho é mais do que a liberação
da condenação do pecado; é também uma libertação do poder do pecado. Em sua
primeira epístola, o apóstolo João nos diz: “Todo aquele que crê que Jesus é o
Cristo é nascido de Deus” (1 João 5:1). Este novo nascimento que capacita um
homem a se arrepender e crer para a salvação, também o capacita a andar em
novidade de vida (Romanos 6:4). Através da obra regeneradora do Espírito Santo,
o coração de pedra do incrédulo, que estava espiritualmente morto e indiferente
a Deus, foi substituído por um coração de carne viva que é tanto propenso
quanto capaz de ouvir a Sua voz e segui-Lo (Ezequiel 36:25-27). Apesar de ele
ter sido uma árvore má dando maus frutos, ele agora é uma boa árvore plantada
junto a ribeiros de água, que dá seus frutos na devida estação, e cujas
folhagens não murcham (Mateus 7:17-18; Salmo 1:3). Assim, o crente não é apenas
justificado, mas também é a própria obra que Deus criou em Cristo Jesus para as
boas obras (Efésios 2:10). De fato, esta contínua transformação moral na vida
do crente é a base de sua garantia e a evidência da verdadeira conversão.
Como dissemos desde o início, o
Evangelho é uma notícia chocante, mas a pergunta permanece: “Como isso pode ser
obtido?” “O que um homem deve fazer para ser salvo?” A resposta é clara: ele
deve “arrepender-se e crer no Evangelho” (Marcos
1:15). As diversas passagens neste livro de
estudos já refutaram qualquer argumento ou sugestão de que um homem possa ser
salvo por sua própria virtude e mérito. Em nós mesmos, somos destituídos de
ambos, e mesmo o que possa ser chamado de boas obras diante de outros homens,
não são nada além de trapos de imundícia diante de Deus (Isaías 64:6). Portanto, para sermos salvos, para
obtermos a salvação prometida no Evangelho, devemos rejeitar toda e qualquer
confiança na carne, e confiar apenas em Cristo (Filipenses
3:3). O Cristão é o homem que concordou com
Deus a respeito de seu estado pecaminoso, renunciou toda a confiança em sua
virtude e mérito, e depositou toda sua esperança para salvação na pessoa e na
obra de Jesus Cristo.
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira
que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.
-João
3:16
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