Quinto
capítulo do livro: “Nós Desatados”
Escrito
por John Charles Ryle
1º
Bispo da Diocese da Igreja da Inglaterra em Liverpool
Talvez
não haja assunto mais controverso no cristianismo quanto o que concerne ao
sacramento no batismo. O próprio nome nos traz à mente uma lista interminável
de lutas, disputas, controvérsias e divisões.
Esse
é um assunto no qual até mesmo os cristãos mais eminentes têm se dividido.
Homens santos que conseguiram chegar a um acordo sobre todos os outros pontos,
encontram-se divididos de forma irremediável no que concerne ao batismo. A
queda do homem afetou a compreensão, bem como a vontade. A natureza humana é de
fato caída, milhares concordam sobre o pecado, Cristo e a Graça, mas sobre o
batismo se encontram em pólos opostos.
Nas
páginas que se seguem, disponho-me a oferecer algumas observações sobre essa
controvertida disputa. Não sou suficientemente vaidoso para supor que eu possa
lançar alguma luz sobre uma polêmica que tantos grandes homens têm tratado em
vão, mas sei que cada testemunha adicional é útil em um caso de disputa.
Daqueles com os quais concordo, quero fortalecer as mãos dos mesmos e mostrá-los
que não temos que nos envergonharmos de nossas opiniões. Para aqueles dos
quais discordo, quero sugerir algumas coisas
para consideração e mostrar-lhe que o argumento bíblico nesta matéria não é,
como alguns supõem, apenas favorável a eles.
Há
quatro pontos aos quais me proponho a examinar.
I. O que é o batismo - A natureza do mesmo
II. De qual forma o batismo deve ser administrado - O modo
III. Quem deve ser batizado
IV. Qual o Lugar que o batismo deve ocupar na religião -
A verdadeira posição dele
Se
eu puder fornecer uma resposta satisfatória à essas quatro perguntas, eu sinto
que terei ajudado, de alguma forma, a clarear algumas mentes
I.
Primeiramente, vamos considerar A natureza do batismo – O que é?
(1)
O batismo é uma ordenança do nosso Senhor Jesus para a admissão continua de
novos membros em sua igreja visível. No Exército, cada novo soldado é
formalmente adicionado à matricula do seu regimento. Em uma escola, cada novo
estudante é formalmente inscrito nos livros da escola. E todo cristão começa
sua vida como membro da igreja, sendo batizado.
(2)
O batismo é uma ordenança de grande simplicidade. A parte visível é a água
administrada em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo ou em nome de Cristo.
A parte invisível, interior e significativa, é a lavagem no sangue de Cristo e
a purificação interior do coração pelo Espírito Santo, sem a qual ninguém pode
ser salvo. O 27º Artigo da Igreja da Inglaterra diz com razão que: “O batismo
não só é um sinal de profissão e marca de diferença, com que se distinguem os
cristãos dos que não o são, mas também um sinal de regeneração ou novo
nascimento”.
(3)
O batismo é uma ordenança em que, quando é devidamente empregado, podemos
esperar com confiança as mais altas bênçãos. Não é razoável supor que Cristo, o
Cabeça da Igreja, nomearia solenemente uma ordenança que seria inútil para a
alma tal como um mero registro civil ou
inscrição humana. O sacramento que estamos considerando aqui não é uma mera
ordenança produzida por homens, mas sim uma ordenança do Rei dos Reis. Quando a
fé e a oração acompanham o batismo e se segue um uso diligente dos meios
bíblicos, nós somos justificados na busca das muitas bênçãos espirituais. Sem fé
e oração, o batismo se torna um mero rito.
(4)
O batismo é uma ordenança que é ensinada, expressamente, cerca de 80 vezes no
Novo Testamento. As quase últimas palavras de nosso Senhor Jesus Cristo foram
um comando para batizar: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;” (Mt 28:19).
No dia de Pentecostes, encontramos Pedro dizendo: “Arrependei-vos, e cada um
de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis
o dom do Espírito Santo” (At 2:38) e questionando na casa de Cornélio : “Pode
alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que
também receberam como nós o Espírito Santo?” (At 10:47). Encontramos S.
Paulo não só se batizando, mas batizando discípulos por onde quer que fosse.
Dizer, como fazem alguns, que o batismo é uma ordenança sem importância é
derramar desprezo sobre a Bíblia. Para dizer, como outros fazem, que o batismo é somente uma coisa do
coração, e não uma ordenação
visível, é dizer algo que parece claramente contraditório à Bíblia.
(5)
O batismo é uma ordenança que, segundo as Escrituras, um
homem pode receber e ainda assim não obter nada de bom dele. Têm-se
dúvidas disso? Porventura não foram Judas, Simão o Mago, Ananias e Safira,
Demas, Himeneu, Fileto e Nicolas, todos eles batizados? Então, qual benefício
eles receberam do batismo? De forma clara, sabemos que nenhum benefício eles
receberam! Seus corações “não eram retos diante de Deus” (At 8:21). Eles
permaneceram “mortos em delitos e pecados” e estavam “mortos enquanto
viviam” (Ef 2:1; I Tm 6).
(6)
O batismo é uma ordenança da Era apostólica que nasce juntamente com a religião
de um homem [Cristo]. No mesmo dia em que muitos dos primeiros cristãos se
arrependeram e creram, no mesmo dia foram batizados. O Batismo foi a expressão
de fé dos recém-nascidos e o ponto de partida para o Cristianismo. Não me
admira então que fosse considerado o veículo de todas as bênçãos espirituais.
As expressões das Escrituras: “sepultados com Ele pelo batismo” - “Batizados
em Cristo” estariam cheias de profundo significado para estas pessoas (Rm
6:4; Cl 2:12; Gl 3:27; I Pe 3:21). Tais expressões coincidem exatamente com a
experiência delas. Mas aplicar tais expressões indiscriminadamente para o
batismo de infantes nos nossos dias é, em minha opinião, irracional e injusta.
É uma aplicação da Escritura que, creio eu, nunca foi intencional.
(7)
O batismo é uma ordenança que um homem pode nunca receber e
ainda assim ser um verdadeiro cristão e ser salvo. O caso
do ladrão arrependido é suficiente para provar isso. Aqui estava
um homem que se arrependeu, creu, foi convertido e deu provas de verdadeira
graça, se alguém assim já fez. Não sabemos de outro alguém que tenha sido
abordado por tal maravilhosa frase: “Te digo que hoje estarás comigo no
Paraíso” (Lc 23:43). Não há a menor prova de que esse homem tenha sido
batizado! Sem o batismo e a ceia do Senhor, ele recebeu as maiores bênçãos
espirituais enquanto vivia e foi com Cristo ao Paraíso ao morrer! Afirmar, em
face do caso, que o batismo é absolutamente necessário para a salvação é algo
monstruoso. Dizer que o batismo é o único meio
de regeneração e que todos os que morrem sem batismo estão
perdidos para sempre é dizer o que não pode ser
provado pela Escritura e é revoltante para o senso comum.
Por
aqui, encerro essa parte do assunto. Recomendo as setes proposições que tenho
feito para a séria atenção de todos aqueles que desejam obter uma visão clara
sobre o batismo. Ao considerar os dois sacramentos da religião cristã, eu
asseguro ser de fundamental importância que nos afastemos da imprecisão e
mistério com os quais muitos os cercam. Acima de tudo, tomemos cuidado para que
não acreditemos em nem mais e nem menos do que podemos provar por simples
textos das Escrituras.
Há
um batismo que é absolutamente necessário para a salvação e isso vai além de
qualquer dúvida. Há um batismo sem o qual ninguém, seja jovem ou velho, tem ido
para o céu. Mas que batismo é esse? Não é o batismo nas águas, mas sim o
interior, aquele que o Espírito Santo realiza no coração. Não é um batismo que
pode ser oferecido por qualquer homem, clérigos ou leigos. Esse batismo é
privilégio especial do Senhor Jesus Cristo que concede o mesmo a todos os seus
membros místicos. Não é um batismo visível, mas uma operação invisível na
natureza interior. “Batismo” - diz S. Pedro - “Nos salva”. Mas
qual o batismo do qual ele fala e qual seu significado? Não é a lavagem com
água, “não o despojar da imundícia de nossa carne” (I Pe 3:21). é por um
Espírito que somos todos batizados em um só corpo (I Co 12:13). Esta é a
peculiar prerrogativa do Senhor Jesus para dar esse batismo interior e
espiritual. “Ele é” - disse João Batista - “quem batiza com o
Espírito Santo” (Jo 1:33)
Tomemos
cuidado para que possamos compreender esse batismo salvífico, o batismo no
Espírito Santo. Sem esse entendimento, o que você sabe acerca do batismo em
águas é de pouca significância. Nenhum homem, seja da Alta ou Baixa Igreja[1],
batistas ou episcopais, nenhum homem jamais foi salvo sem que houvesse o
batismo no Espírito Santo. Pesada e verdadeira é a palavra do Professor Régio
de Teológica de Cambridge, no Reinado de Edward VI[2]:
“Pelo batismo de águas somos recebidos na igreja visível de Deus, pelo batismo
no Espírito Santo somos recebidos na invisível” (Bucer[3] em
Jo 1:33)
II.
Vamos considerar o modo de batismo. De que forma deve ele ser administrado?
Esse
é um ponto no qual existe uma grande variedade de opiniões. Alguns cristãos
acreditam que a imersão total em água se faz necessária e essencial para que um
batismo seja válido. Eles sustentam que nenhuma pessoa é de fato batizada se
não foi totalmente “imersa” e coberta pela água. Outros, pelo contrário, mantêm
a igual decisão de que a imersão não se faz necessária em tudo, mas que a
aspersão ou derramamento de uma pequena quantidade de água sobre a pessoa
batizada cumpre todos os requisitos de Cristo.
Minha
opinião pessoal é distinta e clara, isto é, as Escrituras deixam esse ponto em
aberto. Não consigo encontrar nada na Bíblia para justificar a afirmação de que
mergulhar, derramar ou aspergir seja essencial para o batismo. Eu acredito que
seria impossível provar que qualquer uma dessas formas de batizar fosse a única
correta e verdadeira ou completamente errada. Enquanto a água é usada em nome
da Trindade, a forma de administrar a ordenança é deixada em aberto.
Esta
é a visão adotada pela Igreja da Inglaterra. O Serviço Batismal[4] expressamente
sanciona “mergulhados” em um de seus termos.[5] Dizer,
como muitos dos batistas fazem, que a Igreja da Inglaterra se opõe ao batismo
por imersão é uma prova melancólica da ignorância em que vivem muitos
dissidentes. Milhares, eu tenho medo, buscam encontrar falhas no Livro de
Oração Comum[6] sem
jamais ter analisado o conteúdo do mesmo! Se alguém deseja ser batizado por
“imersão” na Igreja da Inglaterra, que entenda que o pároco está tão pronto
para imergi-lo quanto qualquer pastor batista e que ele poderá ser batizado por
“imersão” na igreja ou mesmo na capela.
Há
uma grande massa de cristãos que, no entanto, não se satisfazem com essa visão
moderada acerca do assunto. Eles afirmam que o batismo por imersão é o único
bíblico. Eles afirmam que todas as pessoas que lemos nas Escrituras ser
batizadas o foram por “imersão”. Afirmam, em resumo, que onde não há “imersão”
não há batismo.
Temo
que seja quase que uma perda de tempo discutir sobre um tema tão controverso.
Durante os últimos 200 anos, muito tem sido escrito por ambos os lados sem que
haja qualquer efeito, logo não creio poder lançar qualquer nova luz sobre o
assunto. O máximo que tento fazer é expor algumas considerações para aqueles
que estão em dúvida. Só peço que se lembrem de que eu não afirmo que o batismo
por “imersão” seja errado. Tudo que digo é que não é absolutamente necessário e
nem absolutamente ordenado nas Escrituras.
Peço
então a qualquer uma das mentes duvidosas que considerem: será que todos os
batismos descritos nas Escrituras foram por “imersão”? Os três mil batizados em
um dia na festa de Pentecostes (At 2:41); o carcereiro de Filipe que foi
batizado repentinamente à meia-noite na prisão (At. 16:33); de fato, é de todo provável
que foram eles batizados por imersão? Para minha própria mente, tentando ter
uma visão imparcial, parece-me por demais improvável. Deixe-os acreditar que
pode ter sido assim.
Eu
pergunto a qualquer um, para que estes considerem se é de todo provável que um
modo de batismo teria sido ordenado, uma vez que tal modo em situações
específicas de saúde seria simplesmente impossível de ser feito. Há milhares de
pessoas cujos pulmões e constituição geral estão em situações tão delicadas que
a imersão total em água e, especialmente, em água fria, seria morte certa para
elas. Qualquer pessoa dirá que deve ser negado à essas pessoas o batismo, a
menos que sejam mergulhadas? Deixe-os acreditar que podem assim
fazê-lo.
Questiono
ainda para a consideração se alguma das formas de batizar deveriam ser
proibidas, uma vez que em muitos países as mulheres são praticamente excluídas
do batismo. A sensibilidade e rigor das nações do Leste[7] no
que concerne ao tratamento das esposas e filhos são fatos notórios. Há nações
onde as mulheres são tão completamente separadas e isoladas do outro sexo, que
se faz ainda maior a dificuldade em falar com eles sobre a religiãocristã. Falar
de uma ordenança como o batismo por imersão seria, em centena de casos, algo
completamente absurdo. Os sentimentos de pais, maridos e irmãos dispostos à
doutrina cristã se revoltariam diante da menção ao sacramento. Alguém
dirá que essas mulheres devem ser deixadas sem o batismo por não poderem ser
“imersas”? Deixe-os acreditar que podem negar o sacramento.
Eu
creio que poderia deixar o assunto sobre “modo de batismo” por aqui mesmo, no
entanto há dois argumentos favoritos expostos constantemente pelos defensores
do batismo por imersão, argumentos sobre os quais acho que devo dizer algo.
(a) Um
desses argumentos favoritos é baseado no significado da
palavra grega no Novo Testamento, que nós traduzimos para “batizar."
Eles sempre afirmam que esta palavra não pode significar nada
além de imersão, ou completa "imersão". A
resposta ao argumento é curta e simples. A afirmação é
totalmente destituída de fundamento. Aqueles mais familiarizados com
o grego do Novo Testamento são da opinião de que “Batizar” significa “lavar ou
limpar com água”, mas se é por imersão ou não, isso deverá ser dito pelo
contexto[8].
Lemos em São Lucas (11:38) que quando nosso Senhor jantou com certo fariseu, “o
mesmo admirou-se, vendo que Cristo não se lavara antes de
jantar.”. Pode surpreender alguns leitores, talvez, saber que na verdade estas
palavras de forma literal seriam “o mesmo admirou-se, vendo que Cristo não
se batizara antes de jantar” - mas para o senso comum, está mais do que evidente
que o fariseu não esperava que nosso Senhor imergisse ou mergulhasse sua cabeça
em água antes do jantar! Significa apenas que ele esperava que fosse feita
alguma ablução ou que derramasse água nas mãos antes da refeição. Mas se isto
for assim, o que acontece com o argumento de que Batismo significa sempre
imersão completa? É cortado e lançado aos pés do defensor da “imersão” e razões
além dessas são mero desperdício de tempo.
(b)
Outro argumento favorito em favor do batismo por imersão está retratada na
expressão “Sepultados com Cristo no batismo” que S. Paulo utiliza em
duas ocasiões (Rm 6:4; Col 2:12). Afirmam que indo para dentro das águas
batismais e sendo completamente “submerso” nela, somos uma exata representação
do sepultamento de Cristo e de sua ressurreição, representando nossa união com
Cristo e participando de todos os benefícios de sua morte e ressurreição. Mas
infelizmente para esse argumento não há prova alguma de que o sepultamento de
Cristo tenha sido em uma cova cavada no chão. Pelo contrário, é muito mais
provável que seu túmulo tenha sido feito em uma caverna cortada com uma rocha
do lado, como a de Lázaro e em um nível que tivesse solo circundante. Pelo
menos essa era a forma usual de se enterrar em Jerusalém. Nesse ritmo, nenhuma
semelhança há entre “banhar-se” por imersão, ou batistério, e a morte do
nosso Senhor. As ações são diferentes. Que o crente declare sua união com
Cristo por profissão de fé viva em Cristo, por meio do batismo, tanto em sua
morte e ressurreição, é verdade e não restam dúvidas a esse respeito. Mas
afirmar que “ir para debaixo d’água” é ser enterrado assim como o
corpo do seu Mestre, é afirmar algo que não pode ser provado.
Ao
afirmar tudo isso, encontro-me pesaroso pela possibilidade deestar
enganado. Que Deus me livre de ferir os sentimentos de qualquer um dos irmãos
que tenha escrúpulos de consciência sobre este assunto e que prefira o batismo
por imersão ao batismo por aspersão. Eu não o condeno. Para o seu próprio
Senhor, ele está em pé ou cai. Se ele conscientemente prefere a imersão, poderá
ser imerso na Igreja da Inglaterra e, de igual modo, todos os seus filhos
poderão se assim o agrada. O que eu defendo é a liberdade. Eu não encontro
nenhuma forma estabelecida quanto à forma de o batismo ser administrado a não
ser o fato de que a água deve ser usada em nome da Trindade. Que todo homem
seja persuadido em sua própria mente. Aquele que borrifa ou simplesmente
derrama água no batismo não tem o direito de excomungar aquele que mergulha e
aquele que mergulha não tem o direito de excomungar aquele que borrifa ou
derrama água. Nenhum deles pode eventualmente provar que o outro está
totalmente errado.
Aqui
encerro essa parte do assunto. Independentemente daquilo que muitos possam
pensar, eu estou contente por considerar o modo de batizar como algo
indiferente, como uma coisa em que cada um pode usar de sua liberdade. Creio
piamente que essa liberdade foi intentada por Deus. Isso está em consonância
com muitas outras coisas da dispensação cristã. Não encontro nada preciso no
Novo Testamento acerca das cerimônias, vestimentas, liturgia, ou músicas da
igreja, formato de igreja, horas de serviço, quantidade de pão e vinho a ser
usado na Ceia do Senhor ou a posição e atitude dos comungantes. Em todos esses
pontos, eu vejo um critério liberal permitido à Igreja de Cristo, desde que as
coisas “sejam feitas para a edificação”, o princípio do Novo Testamento
é permitir uma ampla liberdade.
Acredito
firmemente, em mim mesmo, que a validade e os benefícios do batismo não dependem
da quantidade de água empregada, mas do estado do coração de em quem o
sacramento é administrado. Aqueles que insistem que os adultos devem ter suas
cabeças mergulhadas em um batistério e aqueles que insistem em espirrar um
punhado enorme de água na cabeça das crianças para que sejam admitidas na
igreja, estão ambos, da mesma forma, no meu julgamento, muito equivocados.
Ambos anexam à quantidade de água usada muito mais importância do que aquilo
que encontro nas Escrituras. Algo tem sido dito de forma divina - “A pequena
gota de água pode ser usada para selar a plenitude da Graça Divina em um
batizando, bem como um pedaço de pão e a menor degustação de vinho na Santa
Ceia”(Herman Witsius, Econ. Fed. l. 4, ch. xvi. 30.) Concordo
inteiramente com essa opinião.[9]
III.
Vamos considerar os sujeitos do batismo. A quem o batismo deve ser
administrado?
É
impossível lidar com essa parte da questão sem entrar em colisão com os demais,
mas espero que o faça dentro de um espírito gentil e temperado. De qualquer
forma, não evitarei a discussão por medo de ofender os batistas. Pontos
controversos na teologia nunca são suscetíveis de resolução a menos que os
homens de ambos os lados expressem claramente aquilo que pensam e dêem razões
de suas opiniões. Evitar um assunto por ser controverso não é nem honesto e nem
sábio. Um clérigo não tem por que reclamar de seus paroquianos terem se tornado
batistas se ele nunca os instruiu acerca do batismo infantil.
Gostaria
de iniciar por aquilo que se estabelece como um ponto quase que incontestável,
que todos os convertidos adultos dentre as nações deverão ser batizados em um
posto missionário. Tão logo creiam no Evangelho e façam uma confissão de fé em
Cristo, devem, de uma vez por todas, receber o batismo. Esta é a doutrina e a
prática da Igreja Episcopal, Presbiteriana, Wesleyana e Missionárias
Independentes, tanto quanto é a doutrina dos batistas. Que não haja engano
quanto a este ponto. Dizer como os batistas sobre o “batismo de crentes”, como
se isso fosse uma espécie de batismo peculiar do seu próprio corpo denominacional,
é simplesmente algo absurdo! O batismo dos que crêem é conhecido e praticado em
todas as missões bem sucedidas do mundo.
Mas
prossigo dando um passo adiante. Eu tenho por verdade cristã que os filhos de
todos os cristãos professos têm o direito ao batismo, se os pais desejarem, bem
como seus pais. É claro que os filhos dos incrédulos professos e pagãos não tem
esse mesmo direito, uma vez que estão sob a responsabilidade de seus pais. Mas
os filhos de cristãos professos estão em uma posição totalmente diferente. Se
seus pais os oferecem para serem batizados, a Igreja deverá recebê-los no
batismo sendo vedado o direito de recusa.
É
precisamente neste ponto que há uma grave divisão entre o corpo de cristãos
chamados batistas e a maior parte dos cristãos em todo o mundo. Os batistas
afirmam que ninguém que não tenha feito uma profissão de arrependimento e fé
deva ser batizado e que como as crianças não podem fazê-lo, não podem ser
batizadas. Penso que esta afirmação não é confirmada pela Escritura e vou
continuar a dar razões de por que penso assim. Eu acredito que pode ser
demonstrado que os filhos de cristãos professos têm o direito ao batismo e que
é um completo erro não lhes batizar.
Permita-me
lembrar ao leitor que a questão em análise não é o Serviço Batismal da Igreja
da Inglaterra. Se esse serviço é certo ou errado - se é útil ter padrinhos e
madrinhas - não é o ponto dessa controvérsia[10].
Seria mero desperdício de tempo dizer algo sobre isso. Em princípio, a questão
que é posta diante de nós é simplesmente se o batismo é certo. Acertadamente é
mantido por presbiterianos, independentes e metodistas que não adotam o Livro
de Oração Comum que resolutamente alegam ser coisa de clérigo. Irei limitar em
mim mesmo a consideração dessa questão, afinal não há a menor conexão
necessária entre liturgia e o batismo infantil. Eu, sinceramente, desejo que
algumas pessoas se recordem disso. Insistir em culpar a liturgia e insistir em
misturá-la com a questão do batismo infantil não é um sinal de boa lógica,
justiça ou senso comum.
Permita-me
limpar o caminho, além disso, por observação sei que não serei retratado longe
do verdadeiro ponto em questão, ponto esse que muitas vezes os batistas usam
para fazerem descrições ridículas baseando-se no abuso do batismo infantil. Sem
dúvida, é fácil para muitos escritores populares e pregadores batistas
desenharem um retrato vívido de um casal de camponeses ignorantes da oração,
trazendo uma criancinha inconsciente para ser aspergida na fonte por um
descuidado pároco! É fácil acabar o quadro afirmando: “Que bem pode fazer o
batismo de crianças?” - Essas imagens são muito divertidas, talvez, mas não são
argumentos contra o princípio do batismo infantil. O abuso de uma coisa não é a
prova de que ela deva ser abandonada ou que esteja errada. Além disso, aqueles
que vivem em casa de vidro, considerem melhor não atirar pedras.
Imagens estranhas podem ser encontradas sobre o que acontece por vezes em
capelas de batismo de adultos! Mas eu me calo sobre isso. Eu não quero que o
leitor olhe as figuras, mas sim os princípios bíblicos.
Permita-me
agora fornecer algumas razões simples que me levam a crer seguramente de forma
comum com que todos os episcopais, presbiterianos, metodistas e independentes
de todo mundo que o batismo infantil é uma coisa certa e que negar o batismo às
crianças, tal como os Batistas fazem, é um engano.
(a)
As crianças sempre foram admitidas na Igreja do Antigo Testamento por meio de
uma ordenança formal desde os tempos de Abraão. Essa ordenança foi a circuncisão.
Foi uma ordenança do próprio Deus e a negligência de tal ordenança foi
denunciada como um grave pecado. Foi uma ordenança sobre o qual foi utilizada a
mais alta linguagem no Novo Testamento, pois S. Paulo chama-lhe de “um selo
de Justiça da fé” (Rm 4:11), Agora, se as crianças eram consideradas
capazes de admissão na Igreja por uma ordenança do Antigo Testamento, é difícil
entender por que elas não possam ser admitidas na Igreja do Novo Testamento. A
tendência geral do Evangelho é aumentar o privilégio dos homens espirituais e
não diminuí-los. Nada, creio eu, surpreenderia tanto um judeu converso do que
afirmar que seu filho não pode ser batizado! “Se eles estão aptos a receber a
circuncisão” - Ele responderia - “Por que não estão aptos para o batismo?” E a
minha convicção é de que nenhum batista poderia dar uma resposta. Na verdade,
nunca ouvi falar de um judeu convertido tornar-se batista e nunca vi um
argumento contra o argumento contra o batismo de crianças que não poderia ter
sido igualmente dirigido contra a circuncisão infantil. Nenhum homem, eu
suponho, se atreverá a me dizer que a circuncisão de crianças era errada.
(b)
O batismo de crianças não é proibido em parte alguma do Novo Testamento. Não há
um único texto, de Mateus até Apocalipse que direta ou indiretamente sugere que
crianças não devam ser batizadas. Alguns, talvez, consigam ver tal
proibição nesse pequeno silêncio. Para minha mente é um silêncio cheio de
significado e instrução. Os primeiros cristãos, que se lembrem disso, eram
muitos deles judeus de nascimento. Eles estavam acostumados a Igreja judaica,
antes de sua conversão, e seus filhos se tornavam membros por meio de uma
ordenança solene como sendo uma coisa natural. Sem uma proibição clara do nosso
Senhor Jesus Cristo, eles naturalmente continuaram com o mesmo sistema, levando
seus filhos para serem batizados. Mas não encontramos tal proibição! A meu ver,
a ausência de proibição nos diz muito. Satisfaz-me que nenhuma mudança foi
efetuada por Cristo no que concerne às crianças. Se ele tinha a intenção de uma
mudança, ele teria dito algo ao ensinar, mas Ele não disse uma palavra! O
silêncio é um argumento muito mais poderoso e convincente. Assim como Deus
ordenara no Antigo Testamento que os filhos dos judeus fossem
circuncidados, assim Ele pretende que no Novo Testamento os filhos dos
cristãos sejam batizados.
(c)
O Novo Testamento faz menção especial ao batismo de famílias. Em Atos, lemos
que Lídia foi batizada ‘com sua família’ e que o carcereiro de Felipe “foi
batizado, ele e todos os seus” (Atos 16: 15, 33). Lemos na Epístola aos
Coríntios que São Paulo batizou “a família de Estéfanas” (I Co 1:16).
Agora, o que pode significar tudo isso se visualizar esses textosdesapaixonadamente?
Será que “casa” não inclui jovens, velhos, crianças e também os adultos? Quem
duvida, ao ler as palavras de José em Gênesis - “Tomai para a fome de vossas
casas” (Gn 42:33) ou “tornai a vosso pai, e às vossas famílias, e
vinde a mim” (Gn 45:18) - que as crianças estão incluídas? Quem pode
negar que quando Deus disse a Noé “Entra tu e toda a tua casa na arca” também
se referia aos filhos de Noé? (Gn 7:2). De minha parte, eu consigo
enxergar como essas perguntas podem ser respondidas sem que se estabeleça o
princípio do batismo infantil. Admitindo-se mais plenamente que S. Paulo não
disse diretamente que batizou crianças, parece-me maior a probabilidade de que
as “famílias” que ele batizou eram compostas por crianças e por adultos.
(d)
O comportamento de nosso Senhor Jesus Cristo para com as crianças, como
registrado nos Evangelhos, é muito peculiar e cheia de significado. A bem
conhecida passagem em S. Marcos é um exemplo do que quero dizer: “E
traziam-lhe meninos para que lhes tocasse, mas os discípulos repreendiam aos
que lhos traziam. Jesus, porém, vendo isto, indignou-se, e disse-lhes: Deixai
vir os meninos a mim, e não os impeçais; porque dos tais é o reino de Deus. Em
verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como menino, de
maneira nenhuma entrará nele. E, tomando-os nos seus braços, e impondo-lhes as
mãos, os abençoou.” (Mc 10:13-16)
Não
tenho a pretensão em momento algum de dizer que esta passagem é uma prova direta
do batismo infantil. Não é nada do tipo. Mas eu digo que ele oferece uma
resposta curiosa para alguns dos argumentos mais comuns entre aqueles que se
opõem ao batismo infantil. Que os bebês são capazes de receber algum benefício
do nosso Senhor, que a conduta de quem tentava mantê-los afastado estava errada
aos olhos do Senhor, que Ele estava disposto a abençoá-los mesmo quando eram
jovens demais para compreenderem algo do que ele disse ou fez, todas essas
coisas se destacam tão claramente como que escrito por um raio de Sol!
Certamente a passagem não é um argumento direto em favor do batismo infantil,
mas um forte testemunho indireto é o que me parece ser de forma inegável.
Eu
poderia facilmente adicionar a esses argumentos. Eu poderia fortalecer a decisão
que tomei por meio de uma série de considerações que creio parecem merecer uma
atenção muito séria.
Eu
poderia mostrar, a partir dos escritos do Dr. Lightfoot[11],
que o batismo de crianças era uma prática com o qual os judeus estavam
familiarizados perfeitamente. Quando prosélitos eram recebidos na Igreja
judaica por meio do batismo, diante de nosso Senhor Jesus Cristo, seus filhos
eram trazidos e batizados com eles, como sendo uma coisa natural.
Eu
poderia mostrar que o batismo de crianças foi praticado uniformemente por todos
os cristãos. Cada escritor cristão, de qualquer reputação nos primeiros 1500
anos depois de Cristo, com única exceção, talvez, de Tertuliano, fala do
batismo infantil como um costume que sempre foi mantido pela Igreja.
Eu
poderia mostrar que a vasta maioria dos cristãos eminentes do período da
Reforma Protestante até os dias atuais mantiveram o direito das crianças de
serem batizadas. Lutero, Calvino, Melanchton e todos os reformadores do
continente; Cranmer, Latimer e todos os reformadores ingleses; o grande corpo
de todos os puritanos da Inglaterra; todos os episcopais, presbiterianos e
igrejas metodistas da atualidade, todos são unânimes nesse ponto. Todos eles
realizam o batismo de crianças.
Mas
não irei cansar o leitor, indo mais além nesse fundamento. Vou continuar
observando dois argumentos que são comumente usados contra o batismo Infantil e
alguns consideram tais argumentos como incontestáveis. Se eles
o são de fato, deixo que o leitor julgue.
(1)
O primeiro argumento favorito contra o batismo infantil é a ausência
total de qualquer texto ou preceito direto ao seu favor no Novo Testamento.
“Mostre-me um texto simples” - dizem muitos batistas - “ordenando-me batizar
crianças pequenas. Sem um texto simples, a coisa não deve ser feita”
Eu
respondo, em algumas situações, que a ausência de qualquer texto em favor do
batismo infantil é, em minha opinião, uma das mais fortes evidências em seu
favor. Um fato que não pode ser negado é que as crianças foram formalmente
aceitas na Igreja por meio de uma ordenança exterior durante 1800 anos antes de
Cristo vir. Agora, se Ele tivesse a intenção de mudar a prática e excluir as
crianças do batismo, então eu deveria esperar encontrar um
texto simples sobre o assunto. Mas não encontro nenhum texto e,
portanto, concluo não haver nenhuma alteração ou mudança. A própria ausência de
qualquer comando direto, comando com o qual os Batistas insistem, é na
realidade um dos argumentos mais fortes contra eles! Nenhuma mudança e,
portanto, nenhum texto!
Mas,
por outro lado, eu digo que a ausência de algum texto ou comando não é um
argumento suficiente contra o batismo infantil. Há algumas coisas que podem ser
provadas e inferidas a partir das Escrituras, embora não sejam claramente e
diretamente ensinadas. Permita que um Batista nos mostre um único texto que
garanta a admissão das mulheres na Ceia do Senhor; um que ensine diretamente a
guarda do sábado no primeiro dia da semana, ao invés do sétimo; deixe-os que
nos mostrem um texto que proíba jogos de azar. Qualquer
Batista bem instruído sabe o que não pode ser feito. Mas, certamente, se este
for o caso, o famoso argumento contra o batismo infantil chega ao fim! Ele cai
ao chão.
(2)
O segundo argumento favorito contra o batismo infantil é a incapacidade das
crianças para se arrependerem e crerem. “O que pode ser mais monstruoso” -
dizem muitos batistas - “do que administrar uma ordenança para um bebê
inconsciente? ele não sabe sobre arrependimento e fé e, portanto, não deveria
ser batizado. A Escritura diz: ‘Aquele que crer e for batizado será salvo” e
“Arrependei-vos e sede batizados’ (Mc 16:16; At. 2:38)”
Em
resposta a este argumento, eu peço para que me seja mostrado um único texto que
diga que ninguém deva ser batizado até que se arrependa e creia. Pedirei em
vão. Os textos que acabamos de citar, prova conclusivamente que os adultos que
cressem ao ouvirem a pregação do Evangelho por parte de algum missionário
deveria de uma vez ser batizados. Mas este texto não prova que
seus filhos não devam ser batizados juntamente com eles, mesmo sendo jovens
demais para crer. Vejo que S. Paulo batizou “a casa de Estéfanas” (I Co
1:16), mas eu não encontro uma palavra sobre sua crença no momento do batismo.
A verdade é que os textos frequentemente citados “aquele que crer e for
batizado será salvo” e “arrependei-vos e sede batizados” nunca terá
o peso que os Batistas colocam sobre eles. Afirmar que tais textos proíbem
qualquer um de ser batizado a menos que se arrependa e creia é colocar um
significado sobre as palavra, significados esses que as palavras
nunca deveriam portar. Toda a questão concernente às crianças é mantida ao
longe. O texto “ninguém deve ser batizado, a não ser que se arrependa e creia”,
sem dúvida seria muito conclusivo, mas tal texto não pode ser encontrado.
Afinal,
alguém dirá que uma profissão consciente de arrependimento e fé é absolutamente
necessária para a salvação? Nem mesmo o batista mais rígido diria isso. Porque
as crianças não podem crer, então serão condenadas? No entanto, nosso
Senhor disse claramente que “aquele que não crê será condenado” (Mc
16:16). Será que algum homem possui a pretensão de afirmar que as crianças não
podem receber a graça e o Espírito Santo? João Batista, como sabemos, foi cheio
do Espírito Santo desde o ventre de sua mãe (Lc 1:15). Alguém ousa dizer que
crianças não podem ser eleitas? Não podem fazer parte do Pacto? Não podem ser
membros de Cristo? Não podem ser filhos de Deus? Não podem nascer de novo? Não
irão ao céu quando morrerem? São perguntas solenes e graves. Não consigo
acreditar que qualquer batista bem informado responderia positivamente a
qualquer uma dessas perguntas. No entanto, por certo, aqueles que podem ser
membros da Igreja gloriosa celeste,podem ser admitidos na Igreja terrena!
Aqueles que são lavados com o sangue de Cristo podem, certamente, ser lavados
com a água do batismo. Aqueles que podem ser batizados no Espírito Santo, por
certo, podem ser batizados nas águas! Que essas coisas sejam pensadas
calmamente. Tenho visto muitos argumentos contra o batismo infantil, mas o
traçar lógico dos argumentos acabam por serem contrários, inclusive à salvação
infantil e conseqüentemente condena todas as crianças à ruína
eterna!
Encerro
essa parte do assunto aqui. Tenho quase vergonha de ter dito muito sobre isso,
mas os tempos em que vivemos são o meu argumento e justificativa para tal
demora. Não escrevo muito para convencer os batistas acerca de como
estabelecer e confirmar clérigos. Muitas vezes tenho me surpreendido com a
ignorância de alguns clérigos, sendo esse um dos motivos pelo qual o batismo
infantil deve ser defendido. Se eu tiver feito alguma coisa para mostrar aos
clérigos a força de sua posição, então sinto que não escrevi em vão.
IV.
Por último, vamos considerar a posição que o batismo deve manter em nossa
religião.
Este
é um ponto de grande importância. A opinião humana está sempre suscetível a
entrar em extremos e em nada essa tendência demonstra ser tão forte quanto
nessa matéria da religião. Em nenhuma parte da religião o homem corre tanto
perigo de errar, pela esquerda ou pela direita, como quanto aos sacramentos. A
fim de se chegar a um julgamento correto, devemos tomar cuidado com o erro de
defeito e erro de excesso.
Devemos
tomar cuidado com uma coisa, com o desprezo do batismo. Esse é o
erro de defeito. Muitos nos dias de hoje parecem considerá-lo com total
indiferença. Eles passam sem dar-lhe qualquer lugar ou posição em sua religião.
Porque, em muitos casos, parece que o batismo não confere nenhum benefício,
então eles concluem prontamente de que não pode conferir nenhum benefício. Não
se importam se o batismo nunca é nomeado ou citado em um sermão. Eles não
gostam de tê-lo administrados publicamente na congregação. Em resumo, eles
parecem considerar todo o assunto concernente ao batismo como uma questão
problemática e sobre a qual eles não estão determinados falar. Eles
não estão satisfeitos com o batismo.
Agora,
eu apenas peço que as pessoas considerem seriamente se a sua atitude mental é
justificada pelas Escrituras. Lembrem-se das ordens distintas e precisas do
Senhor para “batizar” que Ele deu aos seus discípulos ao deixá-los sozinhos no
mundo. Lembrem-se da prática invariável dos apóstolos onde quer que eles fossem
pregar o Evangelho. Há uma linguagem marcante acerca do batismo em vários
lugares nas epístolas. Agora, talvez isso seja agradável para a razão e
para o senso comum do pensamento de que o batismo possa ser seguramente
considerado um assunto descartável e discretamente possa ser colocado na
prateleira? Certamente, essas perguntas só podem receber uma resposta.
É,
simplesmente, incoerente acreditar que o Cabeça da Igreja traria sobre seu
povo, cristãos de todas as idades e eras, uma carga vazia de significado,
impotente, uma instituição sem qualquer valor. É ridículo supor que seus
apóstolos iriam falar sobre o batismo, como fizeram, se em nenhuma
circunstância poderia ser de qualquer uso ou ajuda à alma do homem. Que essas
coisas sejam pensadas calmamente. Tomemos cuidado para não entrar em
superstições cegas, de outro modo podemos ser igualmente cegados e acabar por
derramar desprezo sobre uma ordenança de Cristo.
Devemos
tomar outro cuidado, a saber, não tornar o batismo em um ídolo.
Esse é o erro do excesso. Muitos, atualmente, elevam o batismo a uma posição
que nada nas Escrituras pode justificar. Se eles mantêm o batismo infantil,
afirmarão que a graça do Espírito Santo invariavelmente acompanha a
administração da ordenança e, que em todos os casos, uma semente de vida divina
é implantada no coração dela para que toda sua movimentação religiosa seja
rastreada e que todas crianças batizadas, de forma natural, são nascidas de
novo e se tornaram participantes do Espírito Santo! Por outro lado, se eles não
consideram o batismo infantil, dirão para você que baixar às águas em profissão
de fé e arrependimento é um momento decisivo na religião de um homem, que
enquanto não cairmos na água nada somos e que quando e que quando nós caímos na
água, damos o primeiro passo em direção ao céu! É notório que muitos dos altos
clérigos e batistas mantenham essa opinião, embora não sejam todos. E eu digo
que, embora eles não digam isso, eles estão praticamente fazendo a partir do
batismo um ídolo.
Peço
a todos que detém esse extremamente alto e sublime ponto de vista acerca do
batismo que considerem seriamente se a Bíblia garante suas opiniões.
Citar textos nos quais os maiores privilégios e bênçãos estão conectados ao
batismo não é o suficiente. O que nós queremos são textos simples que mostrem
que tais bênçãos e privilégios são sempre e invariavelmente conferidos por meio
do batismo. A pergunta que se instala não é se uma criança pode
nascer de novo e receber a graça do batismo, mas se todas as crianças nascem de
novo e recebem a graça quando são batizadas. A questão não é se um adulto pode
“ser posto em Cristo” quando submerge em água, mas sim se todos fazem como
sendo uma coisa natural. Certamente, tais coisas necessitam de consideração
séria e calma! É positivamente cansativo ler as afirmações radicais e ilógicas
que muitas vezes são feitas sobre o assunto. Dizer, por exemplo, que as famosas
palavras de nosso Senhor para Nicodemos (Jo 3:5) ensinam algo mais do que a
necessidade geral de “nascer da água e do Espírito” é um insulto ao bom
senso. Se todos os batizados são “nascidos da água e do Espírito” é uma
questão completamente distinta e que o texto não faz referência. Afirmar que
isso é ensinado no texto é tão ilógico quanto a afirmação comum dos batistas
quando estes afirmam que, porque Jesus disse “aquele que crê e for batizado
será salvo”, deduz-se então ninguém dever ser batizado até que creia.
A
posição correta que o batismo deve ocupar só pode ser decidida por meio de uma
observação cuidadosa das Escrituras sobre o assunto. Deixe um homem ler o Novo
Testamento de forma honesta e imparcial. Que este homem venha para a leitura
com uma mente aberta, justa e imparcial. Que ele não traga idéias
pré-concebidas ou uma reverência cega para com a opinião de escritos, de
qualquer homem, sem inspiração ou de qualquer conjunto de homens. Deixe-os
simplesmente fazer a pergunta: “O que as Escrituras ensinam sobre o batismo?
Qual seu lugar na teologia cristã?” E eu tenho pouca dúvida quanto a conclusão
que ele chegará a ter. Ele não atropelará o batismo sob seus pés e nem o
exaltará acima da própria cabeça.
(a)
Ele encontrará que o batismo é mencionado freqüentemente e, ainda assim, não
tão freqüentemente para nos fazer pensar que tenha a primazia ou esteja acima
de todas as coisas no cristianismo. Em 14 das 21 epístolas, o Batismo sequer é
mencionado. Em cinco das sete restantes, é mencionado uma única vez. Em um dos
dois restantes, só é mencionado duas vezes. Nas duas epístolas pastorais a
Timóteo, tal assunto não é mencionado. Há, em suma, apenas uma epístola,
primeira carta aos coríntios, em que o batismo é citado em mais de duas ocasiões.
E, de forma singular e suficiente, esta é a epístola no qual S. Paulo diz: “Dou
graças a Deus, porque a nenhum de vós batizei” e “porque Cristo
enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar” (I Co 1:14,17)
(b)
Ele verá que o batismo é falado com profunda reverência e em estreita ligação
com os maiores privilégios e bênçãos. A Bíblia diz que os batizados
são “sepultados com Cristo”, “depositados em Cristo”, para serem
“ressuscitados” com Cristo e até mesmo (por esforço, um texto duvidoso)
para ter a “lavagem da regeneração”. Mas ele também descobrirá que Judas
Iscariotes, Ananias e Safira, Simão o Mago, dentre outros, foram batizados e
não deram provas de terem nascido de novo. Ele também verá na primeira epístola
de João acerca das pessoas “nascidas de Deus” e quais as características
que muitas pessoas batizadas nunca possuíram em qualquer período de suas vidas
(I Jo 2:29; 3:9; v. 1,4,18). E não menos importante, encontrará S. Pedro
declarando que o batismo que salva “não é o despojamento da imundícia da
carne”, a simples lavagem do corpo, mas a “resposta de uma boa
consciência” (I Pe 3:21)
(c)
Finalmente, ele descobrirá que enquanto o batismo é freqüentemente mencionado
no Novo Testamento, há outros temas que com muita maior freqüência são falados.
Fé, esperança, caridade, a graça de Deus, ofícios de Cristo, a obra do Espírito
Santo, a redenção, a justificação, a natureza da santidade cristã. Acerca de
todos esses assuntos, ele encontrará muito mais do que sobre o batismo. Acima
de tudo, ele vai encontrar nas Escrituras a marca do sacramento da circuncisão
no Antigo Testamento e que o valor das ordenanças de Deus depende inteiramente
do espírito com o qual são recebidas e o coração do receptor “Porque em
Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim
o ser uma nova criatura.” (Gl 6:15); “Porque não é judeu o que o é
exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu
o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na
letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.”(Rm 2:28,29)
Resta-me
agora dizer algumas palavras em forma de conclusão prática para toda essa parte
do assunto. A natureza forma indivíduos e a posição do batismo são considerados
de forma solidária. Permita-me mostrar ao leitor as lições especiais para as
quais creio que a atenção deva ser dirigida.
(1)
Em primeiro lugar, gostaria de exortar a todos os que estudam o tão disputado
assunto “batismo” a importância dos pontos de vista simples acerca deste
sacramento. Pensamentos nebulosos, palavras arrogantes são muitas vezes
utilizadas por escritores ao falar acerca do batismo tem sido fontes frutíferas
para a existência de estranhos pontos de vista e ordenanças anti-bíblicas.
Poetas e compositores de hinos e teólogos romanistas tem inundado o mundo com a
linguagem muita alta e rapsódica[12] a
ponto de fazerem com que a mente de muitos fossem inundadas e confundidas.
Milhares de pessoas já absorveram noções poéticas acerca do batismo sem, no
entanto, poderem mostrar qualquer mandado na Palavra de Deus que confirme a
visão deles. O Paraíso Perdido[13], de Milton, é o único progenitor de um
número incontável de pontos de vista de um homem acerca do batismo nos dias
atuais[14].
De
uma vez por todas, deixe-me suplicar a cada leitor deste
artigo para não aderir a nenhuma doutrina sobre o batismo que
não seja claramente ensinada na Palavra de Deus. Não devemos cuidar
de manter nenhuma teoria que não possa ser apoiada pelas Escrituras. Na
religião, não importa em nada o que é dito ou quão bem algo diz acerca de algo,
pois o único questionamento que devemos fazer é: “Está escrito na Bíblia? o
que diz o Senhor sobre isso?”
(2)
Por outro lado, gostaria de exortar a muitos dos meus colegas clérigos que
considerem a tendência perigosa da visão extravagante acerca da eficácia do
batismo. Não tenho nenhum desejo de esconder o meu pensamento sobre
isso. Refiro-me aos homens da Igreja que defendem que, sempre, o
Batismo será acompanhado pela Graça e que todos os bebês batizados são, de
fato, nascidos de novo. Peço a esses homens, com toda a cortesia e bondade
fraternal que considerem seriamente a tendência perigosa de suas opiniões e as
consequências lógicas que delas resultam.
Eles
me parecem, e para muitos outros também, uma santa ordenança de Cristo convertendo-a em
um simples encanto, isto é, ao agir mecanicamente, tal como um medicamento que
age no corpo sem que se faça necessário os movimentos do coração de um homem.
Certamente, isso é perigoso!
Eles
incentivam o ideal de que não importa o estado de espírito das pessoas que
levam seus filhos para serem batizados. Nada significa se eles vêem com fé,
oração, sentimentos solenes ou se vêem descuidados, sem oração, sem Deus, e
ignorantes como se fossem pagãos! O efeito - dizem eles - é sempre o mesmo, em
todos os casos! Em todos os casos, nós dizemos que as crianças são nascidas de
novo no momento em que são batizadas, mas não têm todos os direitos inerentes ao
batismo, exceto quando filhos de pais cristãos. Certamente, isso é perigoso.
Eles
ajudam a transmitir a ilusão perigosa à alma, alegando que um homem pode ter
graça em seu coração, mesmo quando esta não pode ser vista em sua vida.
Multidões de nossos adoradores não têm uma centelha de vida religiosa ou a
graça sobre eles. E ainda nos dizem que estes adoradores devem ser tratados
como regenerados ou possuidores de graça, afinal foram estes batizados!
Certamente, isso é perigoso.
Creio
firmemente que centenas de clérigos excelentes nunca pararam para considerar os
pontos que acabo de antecipar. Peço-lhes que assim o façam. Para a honra do
Espírito Santo, para a honra dos santos sacramentos de Cristo, convido-os a
considerarem seriamente a tendência de vossas opiniões. Claro que estou há
apenas um chão seguro para que possa afirmar acerca dos efeitos do batismo e
esse antigo chão é indicado pela nossa carga (Lc 6:44) “Toda árvore é
conhecida pelo seu fruto”. Quando o batismo é usado profana e
descuidadosamente, não temos direito de esperar uma benção que o siga além
daquelas que seguem a um participante descuidado da ceia do Senhor. Quando a
Graça não pode ser vista na vida de um homem não temos o direito de dizer que
ele é regenerado ou que recebeu a Graça no batismo.
(3)
Por outro lado, gostaria de exortar a todos os batistas que porventura venham a
ler este artigo do dever de serem moderados ao afirmarem os seus pontos de
vista acerca do batismo e daqueles que discordam deles. Digo isso com tristeza.
Eu respeito a muitos membros da comunidade batista e eu acredito que eles são
homens e mulheres com quem nos reuniremos no céu. Mas quando eu vejo a
linguagem extravagante e violenta que alguns batistas usam contra o batismo
infantil, não posso deixar de sentir que ele podem ser solicitados, de forma
justa, a julgar de forma mais moderada as coisas de que eles discordam.
Será
que o batista quer dizer que suas visões peculiares do batismo são necessárias
para a salvação e que nenhum dos defensores do batismo de crianças será salvo?
Eu não posso pensar que qualquer batista inteligente e em perfeito estado de
sentidos afirmaria tal coisa. Nesse ritmo, toda a Igreja da Inglaterra,
Metodistas, todos os presbiterianos e todos os independentes seriam trancados
do lado de fora do céu! Neste ritmo, Cranmer, Ridley, Latimer, Lutero, Calvino,
Knox, Baxter, Owen, Wesley, Whitefield e Chalmers[15] estão
perdidos todos! Todos eles mantiveram firmemente o batismo infantil e,
portanto, estão no inferno! Eu não posso crer que qualquer batista diria algo
tão monstruoso e absurdo.
Será
que os batistas querem dizer que suas visões peculiares acerca do batismo são
necessárias para que se alcance um alto grau de graça e de santidade? Será que
eles se comprometem a afirmar que os batistas sempre foram os mais eminentes do
mundo e que o são nesses dias? Se eles fizerem tal afirmação, eles poderão ser
muito solicitados a dar provas a esse respeito, mas eles não podem fazê-lo.
Eles podem nos mostrar, sem dúvida, muitos excelentes cristãos batistas, mas
vai ser difícil nos provar que são um pouco melhores do que alguns dos
episcopais, presbiterianos, independentes e metodistas, todos esses que
consideram que os bebês devam ser batizados.
Agora,
certamente, se os pareceres peculiares dos batistas não são necessários para a
salvação e nem para que se alcance alto nível de santidade, podemos
razoavelmente pedir aos batistas que sejam moderados em seu falar com aqueles
que discordam deles. Deixe-os, de todo modo, manterem suas próprias visões
peculiares se acreditam ter encontrado “um caminho mais excelente”. Deixe-os
usar sua liberdade e que estejam totalmente seguros em suas próprias mentes. O
caminho estreito para o céu é grande o suficiente para os crentes de todos os
nomes e denominações. Mas para o bem da paz e do amor, rogo aos Batistas que
ajam com moderação no julgamento feito em relação aos demais.
(4)
Em último lugar, gostaria de exortar a todos os cristãos a imensa importância
de se conferir, a cada parte do cristianismo sua proporção e valor adequado e
nada mais além disso. Vamos tomar cuidado para não retirarmos as coisas de seus
lugares e colocarmos aquilo que é em segundo no lugar do primeiro ou colocar
aquilo que é secundário como prioritário. Vamos dar toda a honra devida ao
batismo e à ceia do Senhor como sacramentos instituídos pelo próprio Cristo,
mas não nos esqueçamos de que assim como toda ordenação exterior, seu benefício
depende inteiramente da maneira pela qual são recebidos. Acima de tudo, não nos
esqueçamos de que um homem pode ser batizado, como Judas, e nunca ser salvo e
que um homem pode não ser batizado, como o ladrão arrependido, e ser salvo. As
coisas necessárias para a salvação são um interesse pelo sangue expiatório de
Cristo e a presença do Espírito Santo na vida e no coração do individuo. Aquele
que está enganado sobre esses dois pontos, nenhum benefício terá a partir de
seu Batismo, independentemente de ter sido batizado quando criança ou quando
adulto. Ele descobrirá no último dia que ele estava errado, errado para sempre.
Original em inglês: BAPTISM,
quinto capitulo do livro “KNOTS UNTIED”, edição de 1900.
Tradução: Renan Almeida
Revisão: Fábio Farias e Natan Cerqueira
Diagramação, prova e edição: Armando
Marcos e Eduardo Henrique Chagas
Capa: Beatriz Rustiguel
Bispo
J.C.Ryle – Anunciando a verdade evangélica
Projeto
de tradução de sermões, tratados e livros do bispo anglicano John Charles Ryle,
mais conhecido como J.C.Ryle, para glória de Deus em Cristo Jesus, pelo poder
do Espírito Santo, para edificação da Igreja e salvação e conversão de
incrédulos de seus pecados.
FONTES DAS NOTAS: Wikipédia, de varias línguas, e sites achados em
pesquisas em buscas. ( especificados, nas notas)
[1] Alta Igreja era
o grupo da Igreja Anglicana que apoiava praticas e ideias católicas-romanas,
movimento chamado Anglocatólico: a Baixa Igreja eram grupos
que defendia a centralização da teologia e prática nas Escrituras, a
simplicidade do culto sem as ideias católicas romanas, a conversão pessoal e a
proclamação Evangélica: J.C.Ryle era um dos maiores expoentes dessa ala da
Igreja (de: Wikipédia e do Revisor)
[2] Eduardo VI
Tudor (1537 - 1553) foi Rei de Inglaterra e da Irlanda. Foi o único
herdeiro homem de Henrique VIII de Inglaterra a sobreviver à infância e nasceu
do seu terceiro casamento com Joana Seymour. Foi coroado aos nove anos de idade
e é considerado o primeiro monarca Protestante da Inglaterra. Foi no seu
reinado que se conformou a independência da Igreja Anglicana da Santa Sé e quando
foi publicado pela primeira vez o Livro de Oração Comum. (de:
Wikipédia)
[3] Martin Bucer (1491-1551)
foi um reformador protestante em Estrasburgo, que influenciou luterana,
calvinista, anglicana e doutrinas e práticas: ao ser exilado na Inglaterra,
teve influência nesse país. (de: Wikipédia)
[4] Sessão do Livro
de Oração Comum Anglicano que delineia os aspectos “culto de batismo” (baptism
service) como a sequencia do culto, os votos e promessas, os símbolos
e ações da cerimônia, o papel dos padrinhos e o culto de ação de graças.(Nota
do Revisor)
[5] Talves seja uma
referência a esse texto: "Então o Sacerdote tomará cada pessoa a
ser batizada pela mão direita e, colocando-o convenientemente à fonte, segundo
seu entendimento, perguntará aos Padrinhos e Madrinhas por seu nome, e então os
mergulhará na água, ou derramará água sobre eles, dizendo: "Eu te batizo
em Nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém." Que
consta da parte do LOC que diz do batismo para pessoas já capazes de
decidirem-se por si mesmas.(tradução do Loc, de www.eskimo.com)
[6] O Livro de
Oração Comum (LOC) (Book of Common Prayer, em inglês) é o livro de
preces da Igreja da Inglaterra e também o nome de livros similares de outras
igrejas Comunhão Anglicana. Passou por várias revisões durante os últimos
séculos e contém a ordem a ser seguida nos serviços religiosos. (de:
Wikipédia)
[7] Provável
referência a nações do Oriente Médio e Ásia (N.R)
[8] O termo BATISMO é a transliteração do grego "βαπτισμω" (baptismō) para o
latim (baptismus), conforme se vê na Vulgata em Colossenses 2:12. Este
substantivo também se apresenta como "βαπτισμα" (baptisma) e
"βαπτισμός" (baptismós), sendo derivado do verbo "βαπτίζω"
(baptizō), o qual pode ser traduzido por "batizar",
"imergir", "banhar", "lavar",
"derramar", "cobrir" ou "tingir", conforme
utilizado no Novo Testamento e na Septuaginta. O Verbo pode, conforme cita o Bispo,
ser usado de divesas forma de acordo com o contexto. (de Wikipédia)
[9] Hermann
Witsius (1636 - 1708) foi um teólogo holandês: sua principal obra foiA
Economia dos Pactos entre Deus eo Homem (talvez seja essa que Ryle cita
nessa ocasião, pelas iniciais) sua área era teologia sistemática: tentou
conciliar a teologia do pacto com a ortodoxia alemã, sem muito sucesso em sua
época. (de: Wikipédia)
[10] O LOC na seção
do serviço batismal recomenda os padrinhos e patrocinadores ao que são
batizados (N.R)
[11] Joseph Barber
Lightfoot (1828 –1889) foi um teólogo inglês, capelão do príncipe
consorte e capelão honorário da Rainha Vitória: em 1866, ele se tornou um
pregador e, em 1871, um cânon da Catedral de São Paulo. Em 1879, asumiu o
bispado de Durham. Foi defensor da autenticidade do cannon do Novo Testamento e
desenvolveu novas formas de exegese: foi contra a teologia que defendia que o
cristianismo se desenvolveu por conflitos de Pedro versus Paulo. (de:
Wikipédia)
[12] Rapsódicas:
referente a Rapsódias, nome dado a certas composições musicais e poéticas.
Essas obras são geralmente bastante emocionais e de forma livre. Na Grécia
antiga, dava-se o nome de rapsódia a um poema épico para ser recitado. .
(de Dicio)
[13] Paraíso
Perdido é uma obra poética do século XVII, escrita por John Milton,
originalmente publicada em 1667 em dez cantos: O poema descreve a história
cristã da "queda do homem", através da tentação de Adão e Eva por
Satanás e a sua expulsão do Jardim do Éden. (de: Wikipédia)
[14] Uma referência
achada ao Batismo em “O Paraiso Perdido” que pode ser a que Ryle se refere
seria essa:
Depois de ressurgido, o Nume-Filho: Aos discípulos caros aparece/ Que sempre
em sua vida o acompanharam;/ O encargo lhes impõe que aos povos todos/ Ensinem
tudo que aprenderam dele,/Assegurando-os que obterão de certo/A salvação se
nela acreditarem/Recebendo o batismo de água pura, —/Cerimônia que os limpa
do pecado,/Dispõem-nos para venturosa vida/E para desprezar da morte os
golpes. (de http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/paraisoperdido.html)
[15] Thomas
Chalmers (1780 - 1847)Escocês, foi matemático, economista político e
um líder da Igreja Livre da Escócia, uma dissidência da Igreja da Escócia (as
duas de governo eclesiástico Presbiteriano) (Wikipédia)
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