quarta-feira, 2 de junho de 2010

PASSOS PRÁTICOS PARA LIBERTAR UMA COMUNIDADE - Por Bob Beckett




Por Bob Beckett

Bob Beckett é o pastor fundador da Igreja Dwelling Place Family, em Hemet, estado da Califórnia. Ele começou a mapear espiri­tualmente a sua comunidade durante a década de 1970, e atualmente está ajudando a coordenar os líderes evangélicos do sul da Califórnia, para que se dediquem a um extenso mapeamento espiritual. Bob é membro da Spiritual Warfare Network e é sem­pre solicitado como orador sobre o assunto da guer­ra espiritual.

Em 1974, minha esposa, Susana, e eu fomos soli­citados a nos tornarmos diretores de instalações de segurança mínima juvenil, pertencente a uma grande igreja baseada no condado de Orange, no estado da Califórnia. As instalações, que ocupavam uma área de cerca de 1800km2, estavam localizadas em uma remota comunidade chamada San Jacinto, na área desértica a sudo­este de Palm Springs.
Nunca me esquecerei de como eu ficava perguntando por que o Senhor nos faria mudar para o meio de lugar nenhum.
Afinal, um tanto altivamente, eu pensava que o Senhor me havia chamado para ministrar a sua Palavra e fazer oposição às trevas espirituais em al­gum lugar significativo.
Mas em lugar disso, ali estava eu, vivendo em uma remota comunidade de retiro, quase tão distante de qualquer coi­sa de aparente importância ou crucial ao Reino de Deus como era possível a alguém!
Afinal, era assim que San Jacinto parecia para nós, de acordo com um julgamento natural.
Eu nem de leve desconfiava, naqueles dias, que me havia mudado para uma das fortalezas das trevas, de uma larga porção do império ameríndio do sul da Califórnia!

O UMBIGO DA TERRA?

Pouco depois de havermos chegado àquelas instalações que cha­maríamos de nosso lar durante os próximos três anos, fui informado pelo ex-proprietário do lugar que a propriedade havia sido antes usada como retiro metafísico e centro de treinamento da Meditação Transcendental.
Durante uma de nossas primeiras conversações, o ex-proprietário perguntou se eu estava interessado em visitar um dos "umbigos da terra". Na ocasião eu não tinha certeza se sabia o que isso significaria, mas a curiosidade tinha-se apossado de mim, pelo que lá nos fomos.
Fomos caminhando até o leito de um riacho atualmente seco, até um dos extremos remotos da propriedade, encarapitado defronte do sopé de algumas colinas. Enquanto prosseguíamos, ele foi me dizendo como aquele era um local muito sagrado para aqueles que estão espi­ritualmente sintonizados com "o cosmos".
Finalmente, estacamos em uma localização daquilo que antes era uma paisagem com cataratas, que fluía o ano inteiro, e apontou como as paredes do canyon(canhão) haviam sido escavadas, através dos séculos, pela água, que ali caía em um movimento circular.
Em seguida, ele explicou que aquela localização era o "umbigo" ou vórtice da terra, um útil centro de poder no treinamento de pessoas que desejassem envolver-se nos níveis superiores da Meditação Transcendental.
Um dos mais elevados exercícios espirituais dos seguidores da Meditação Transcendental, naquele centro de retiros, era ir até às cataratas, a qualquer momento em que as águas pluviais enchessem o canyon(canhão). E ali punham-se a meditar, no vórtice da catarata, até que a água parasse de girar na direção dos ponteiros do relógio, conforme a água naturalmente faz acima do equador, mas em direção reversa ao seu curso natural.
Aquelas cataratas eram o centro principal do trei­namento deles. Meu guia chegou ao extremo de mostrar que as pare­des do canyon(canhão) tinham sido desgastadas, no processo do tempo, medi­ante um movimento giratório da esquerda para a direita, mas mostrou que a areia e a terra do leito seco do riacho tinham sido claramente marcadas por um movimento precisamente contrário das águas, da direta para a esquerda.
Tudo aquilo parecia intrigante e misterioso, mas o que ocupava os meus pensamentos era um centro de recuperação de jovens proble­máticos.
Na oportunidade, eu não estava preparado para debater a validade de tudo aquilo e de como aquilo poderia relacionar-se comi­go.
Devo admitir, contudo, que depois de algum tempo de nosso en­contro, fiquei perplexo quanto ao motivo que o fizera tentar comparti­lhar comigo, tão intensamente, tudo aquilo. Agora acredito que era o Senhor que me estava atraindo lentamente em uma direção para onde eu nunca iria por impulso próprio.

TRÊS PONTOS DE PODER NO MAPA

Um dia, não muito depois de minha conversa com o ex-proprietá­rio do lugar, eu estava planejando ir caçar na nossa área.
Enquanto examinava o mapa, casualmente assinalei a localização do "umbigo". Eu estava interessado em ver que a nossa propriedade e aquele "um­bigo" estavam localizados bem ao lado de um ativo e tradicional cen­tro de xamanismo dos indígenas norte-americanos.
Não foi muito tempo depois que começou a circular o rumor de que Maharishi Yogi havia adquirido uma propriedade em nossa comu­nidade.
E sucedeu que notei que a localização, de acordo com os rumores, também ficava adjacente à reserva indígena local.
Agora a curiosidade realmente começou a invadir a minha mente.
Por que ele teria comprado uma propriedade naquela pequena e tranqüila comunidade?
De certa feita, conversei com alguém que estava trabalhando na propriedade recém-adquirida. Quando perguntei ao homem por que Yogi teria escolhido aquele local específico para ali fundar suas insta­lações de retiro, ele retrucou: "É que esta área facilita muito a medita­ção, e tem uma área espiritual à sua volta".
Embora, na ocasião, eu não tivesse dado muito crédito a essas reivindicações, também fiquei impressionado com elas, ao ponto de ter assinalado o local no mesmo mapa.
Meu mapa agora exibia três locais bem demarcados de atividade espiritual: o "umbigo", a reserva indígena e a propriedade de Maharishi Yogi, todos adjacentes um ao outro.

UMA COVA DE URSO COM UMA ESPINHA DORSAL

Em meus momentos de oração pessoal, comecei a ter uma visão que se repetia de quando em vez e que relampejava diante de mim.
Parecia algo como uma cova de urso, no solo. Cada um dos quatro pontos da pele do animal tinha como que uma perna de um urso, dota­da de garras. O couro do bicho não tinha cabeça, mas parecia ainda ter a espinha dorsal.
De cada vez em que eu via o couro desse animal, parecia que ele estava centralizado sobre a nossa área montanhosa local.
Cada um dos jogos de garras da visão parecia estar embebido em uma localização específica, incluindo o vale de Hemet/San Jacin­to.
Todas as demais cidades ficavam dentro de um raio de quarenta e oito quilômetros da nossa comunidade.
Devo mencionar que nunca tive essa visão em um sonho. Ela sempre aparecia quando eu estava acordado, e quase sempre quan­do eu me encontrava imerso em oração.
De cada vez em que a visão me era dada, eu sentia vagamente que poderia ter algo a ver com espíritos das trevas, governantes do lugar, como aqueles referi­dos no décimo capítulo de Daniel, a saber, o príncipe da Pérsia e o príncipe da Grécia.
Durante certo período de oração, fiquei poderosamente impres­sionado pelo impulso de levar um grupo de doze líderes da igreja a uma cabana específica, localizada nas montanhas, que aparecia na­quela visão.
Por essa altura dos acontecimentos, Susana e eu pastoreávamos uma pequena igreja que havíamos implantado na pe­quena cidade de Hemet.
Quando falei a respeito com os anciãos e vários outros líderes maduros de nossa congregação, com o meu sen­so de orientação dado pelo Senhor, eles concordaram em ir comigo até à cabana, que pertencia a uma mulher que era membro de nossa igreja.
Deveríamos orar ali até termos quebrado a "espinha dorsal" daquele espírito dominador, forçando-o a largar o domínio espiritual que ele exercia sobre as pessoas que viviam debaixo de seu controle.
Deus me encorajou de forma notável quando conversamos com a mulher que era a dona da cabana.
Entrei na loja que havia na cidade, e que ela dirigia. Quando ela me viu, baixou-se por detrás do balcão e então jogou para mim as chaves da cabana. E então explicou: "Em minhas orações, hoje pela manhã, Deus me disse que o senhor viria, e que eu lhe deveria dar as chaves!"
Quando todos nos reunimos na cabana, na sexta-feira seguinte, expliquei com detalhes aquela visão que se repetia, e o que eu sentia ser o nosso propósito ali na montanha.
Compartilhei com o grupo que eu pensava que todos saberiam quando tivéssemos partido as costas daquela coisa, ouvindo ou sentindo os ossos estalarem.
Depois de ho­ras de orações muito intensas, em que ministramos ao Senhor, come­çamos a cantar espontaneamente o hino: "Há Poder no Sangue".
Cada um de nós foi alertado por um senso imediato e sufocante de maldade, que nos circundava.
Mas enquanto entoávamos o hino, todos senti­mos que o círculo se quebrava!
Muitos de nós chegaram a ouvir um som audível, não como se vértebras estivessem exatamente se partin­do, mas como se elas se estivessem desconjuntando e separando. A cabana inteira chegou a balançar!
Um profundo senso de alívio desceu sobre todos nós, quando des­cemos montanha abaixo no dia seguinte.
Não compreendíamos exa­tamente o que tínhamos feito, e nem o que poderíamos esperar, em resultado daquela nossa reunião de oração.
Mas coisas começaram a ocorrer espiritualmente, em nossa pequena comunidade de retiro, apa­rentemente sonolenta e despretensiosa. Todos sentimos que havia algo de diferente em nossa pequena cidade.
Fonte: Destruindo as Fortalezas, Cap. 6 - C. Peter Wagner

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