quarta-feira, 13 de julho de 2011

NÁUFRAGOS DO DIAMANTE NEGRO PASSARAM 14 HORAS NO RIO, ATÉ SEREM SOCORRIDOS


“Não deu tempo de pegarmos os salva-vidas, sentimos logo a falta de quatro pessoas que devem ter ficado presas no porão, outras quatro pegaram bóias e nadaram em direção à margem, e 32 pessoas ficaram em volta da embarcação”, relatou um sobrevivente.
A noite de segunda-feira (11) de 2011 não será mais esquecida por Marivaldo Abreu, um dos sobreviventes do naufrágio do “Diamante Negro”, no Rio Amazonas, na localidade de Pau Cavaco, a 65 quilômetros de Macapá. Ele contou que o barco “de repente parou e tombou, não deu tempo de nada”, disse.
Bastante debilitado, Marivaldo lembrou os momentos após a embarcação ter virado. Revelou que a preocupação, principalmente, dos mais velhos era manter a tranquilidade. “Não deu tempo de pegarmos os salva-vidas, sentimos logo a falta de quatro pessoas que devem ter ficado presas no porão, outras quatro pegaram bóias e nadaram em direção à margem, e 32 pessoas ficaram em volta da embarcação”, relatou.
O sobrevivente contou que o acidente ocorreu após o leme da embarcação quebrar. A deriva, o barco não resistiu à força da maresia e tombou. À versão desmente a informação passada pelo Corpo de Bombeiros, que teria afirmado que o naufrágio ocorreu após um choque com um tronco de madeira.
Marivaldo contou que ele juntamente com outros sobreviventes passaram 14 horas no rio, até serem resgatados por um navio cargueiro, que passava pela região. 
“Por volta das 8h10, um oficial do navio avistou os náufragos e me avisou, eu retornei com o navio, parei próximo a eles e joguei o bote de resgate e conseguimos resgatar a todos”, explicou Menezes, comandante do navio.
Para manter a embarcação na superfície, os passageiros se juntaram e desprenderam a âncora, que estava atrelada ao barco. “Se ela continuasse presa na embarcação, com certeza o barco iria para o fundo”, disse, contando que os 32 passageiros ficaram próximos, envolta do barco até a chegada do socorro.
“Cada um foi ajudando como podia. Nós demos as mãos e procuramos socorrer as crianças e teve gente que morreu porque tentou resgatá-las”, confidenciou.
O comandante do Corpo de Bombeiros do Amapá, coronel Raimundo Américo Miranda, não confirma a informação. “Nós continuamos no local com uma lancha e sete mergulhadores, eles estão fazendo a varredura no local, por enquanto a informação é de nove desaparecidos. Vamos aguardar pelo prazo de 24horas, tempo que os corpos bóiam, mas vamos torcer para encontrar mais pessoas com vida”, disse o coronel.
Segundo o comandante da Capitania dos Portos no Amapá, Marcelo Rezende, será aberto um inquérito administrativo para apurar os fatos, com prazo de 90 dias para conclusão. Mas não falou sobre em que condições a embarcação navegava. “Isso será apurado nas investigações”, limitou-se, sem informar ao certo o número de pessoas entre tripulantes e passageiros, transportados pela embarcação.
Os sobreviventes receberam atendimento de primeiros socorros ainda no porto da capitania dos Portos, em Santana, distante 25 quilômetros de Macapá. De lá foram levadas para o Hospital na capital, a maioria com sintomas de diarréia por terem ingerido muita água do rio.

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1999 - Um fotógrafo que fez a cobertura de uma intervenção cirúrgica para corrigir um problema de espinha bífida realizada no interior do útero materno num feto de apenas 21 semanas de gestação, numa autêntica proeza médica, nunca imaginou que a sua máquina fotográfica registaria talvez o mais eloquente grito a favor da vida conhecido até hoje.

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