Referência: Êxodo 12.1-51
INTRODUÇÃO
1. A mesma
noite da morte para os egípcios, foi a noite de libertação para os hebreus. Para uns o juízo, para outros a salvação. A diferença
entre o juízo e o livramento, a morte e a vida, a condenação e a salvação foi o
sangue do Cordeiro.
2. Israel
estava deixo do chicote do carrasco. Não apenas com as costas debaixo do
açoite, mas também com os pés no barro e as mãos calejadas no trabalho. Eram
430 anos de amarga escravidão.
3. Deus ouve
o clamor do seu povo e envia o seu mensageiro com uma mensagem expressa a
Faraó: DEIXA O MEU O POVO IR.
4. Faraó endureceu
o coração e oprimiu ainda mais o povo. Deus enviou dos céus dez pragas, exerceu
juízo sobre todos os deuses do Egito, quebrou o orgulho de Faraó, fez abalar as
pirâmides milenares e tirou o seu povo do cativeiro com mão forte e poderosa.
5. O golpe
final de Deus foi a matança dos primogênitos. Aquela era a décima praga. O
único meio de salvação daquele dilúvio de juízo era o sangue do Cordeiro. Não
havia outro meio de livramento. A morte visitaria o palácio e as choupanas,
pobre e ricos, velhos e crianças. O anjo do juízo passaria à meia-noite. Onde
encontrasse o sangue, passaria por cima, mas onde não visse o sangue, o
primogênito morreria inapelavelmente.
6. A Páscoa
foi o dia da independência de Israel. A noite do terror dos egípcios, foi a
noite da libertação do povo de Deus. A mesma mão que feriu uns, resgatou os
outros. A Pásoa não apenas trouxe unidade para Israel, salvação para os seus
filhos, mas também libertação do cativeiro. Israel se tornou livre para servir
a Deus.
7. Qual é a
mensagem da Páscoa?
I. A PÁSCOA MARCA UM NOVO COMEÇO PARA O POVO DE DEUS – V. 1-3
1.
UM NOVO CALENDÁRIO, UMA NOVA VIDA
• O capítulo
12 de Êxodo é talvez o mais solene e importante de todo o Velho Testamento. Ele
registra a instituição da Páscoa. O sacrifício da Páscoa inaugura um novo calendário:
“Este mês vos será o principal dos meses…” (v. 2).
• A Páscoa
era o começo de uma nova vida para o povo
de Deus. A partir dali deixaram de ser
escravos do Egito para serem peregrinos na direção da terra prometida. A Páscoa
era o memorial de que ali cessava a escravidão e começava uma nova
vida, livre!
• O mundo
pensa que quando uma pessoa se converte, ela perde a vida. Mas a conversão não é o fim da vida, é o fim da escravidão. Ser cristão é deixar o Egito e começar a caminhar como
um ser livre rumo à Canaã celestial.
• A Páscoa
foi o começo de uma nova nação. Até então, Israel não era uma nação. Mas agora, livre,
remido, esse povo torna-se o povo separado de Deus. A Páscoa nos mostra um novo
começo, um novo calendário, um novo compromisso, uma nova jornada, um novo
destino.
II. A PÁSCOA REVELA O PROJETO DE
DEUS NA REDENÇÃO DA FAMÍLIA – V. 3-4
1.
A
família está no centro do projeto de Deus
• A família
precisa celebrar a Páscoa junta (v. 3).
A família
precisa toda estar debaixo do sangue do Cordeiro (v. 7).
A família
toda precisava se alimentar do Cordeiro (v. 8).
A família
toda precisava celebrar este memorial nas suas gerações futuras (v. 14).
A família
toda precisa ter o compromisso de ensinar seus filhos sobre o significado da
Páscoa (v. 26-27).
A família
toda obedeceu essa ordenança divina (v. 28).
2. A salvação da família exige a diligência dos pais
• Poderiam os
pais deixarem seus primogênitos fora de casa naquela noite de juízo?
Poderiam os
pais negligenciar a ordem de Deus de sacrificar o Cordeiro e passar o seu
sangue nas vergas das portas?
Certamente
nenhuma família dos hebreus descansou até ver todos os seus filhos debaixo do
sangue.
3.
A salvação da família exige confiança plena na Palavra de Deus
• Imaginem se
um pai dissesse: “Nós não cremos nessa religião que exige derramamento de
sangue. Não vamos matar o Cordeiro. Não vamos sujar nossas casas com sangue.
Não acreditamos nessas superstições.”
Se assim
tivessem feito, enfrentariam o inevitável juízo de Deus.
Deus fez
exatamente o que avisou, como avisou, quando avisou.
O juízo não
foi sem alerta. Quem creu foi salvo. Quem não creu foi condenado.
• Imagine se
um pai dissesse, não queremos que o sangue seja passado defronte da Casa, vamos
passá-lo lá atrás, ou por dentro da casa, onde ninguém possa ver. Não quero que
minha casa seja diferente das casas dos egípcios. Se assim fizesse, aquela casa
teria sido visitado pelo anjo do juízo. Aqueles que se envergonham do sangue do
Cordeiro, não podem ser salvos pelo Cordeiro.
4. A comunhão das famílias forma a
grande congregação do povo de Deus – v. 3,6
• Embora
havia muitas famílias, era apenas uma congregação (v. 3,6). Quando nos reunimos
Deus nos vê individualmente como parte do Corpo, a igreja. Mas somos membros
uns dos outros. O que fez de Israel uma nação, uma congregação, um povo, foi o
sangue do Cordeiro. Nosso vínculo é o sangue!
III. A PÁSCOA MOSTRA QUE DEUS SALVA
O SEU POVO ATRAVÉS DO CORDEIRO QUE FOI MORTO – V. 5-13
1. O Cordeiro da Páscoa é o Cordeiro divinamente apontado – v. 3-4
• A pergunta
de Isaque a Abraão: Onde está o Cordeiro? introduziu um dos principais temas do
Velho Testamento, enquanto o povo aguardava o Messias. A pergunta foi
respondida finalmente por João Batista: “Eis
o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29).
• Filipe
disse para o eunuco que vinha lendo Isaías 53, que o Cordeiro era Jesus (At
8:35). Paulo disse para a igreja de Corinto que Cristo é o nosso Cordeiro
Pascal (1 Co 5:7). Pedro disse que fomos remidos pelo precioso sangue, como de
cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo (1 Pe 1:18-20). João o vê
no céu e Jesus lhe é apresentado como o Cordeiro que foi morto, mas está vivo
pelos séculos dos séculos (Ap 5:6).
• Jesus é o
Cordeiro suficiente para uma pessoa (Gn 22:13-14). Jesus é o Cordeiro
suficinete para uma família (Êx 12:3). Jesus é o Cordeiro suficiente para uma
nação (Is 53:8). Jesus é o Cordeiro suficiente para o mundo inteiro (Jo 1:29).
2. O Cordeiro da Páscoa é o Cordeiro sem defeito – v. 5
• Jesus é o
Cordeiro perfeito. Ele é o Filho Amado do Pai, em quem o Pai tem o todo o seu
prazer. Ele foi obediente até à morte e morte de cruz. Ele não escoiceou seus
algozes, mas como ovelha muda foi para a cruz e intercedeu pelos
transgressores.
• Ele não
conheceu pecado (2 Co 5:21).
• Ele não
cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca (1 Pe 2:22)
• Ele se
manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado (1 Jo 3:5)
• Até seu
traidor, disse que ele era inocente.
3. O Cordeiro da Páscoa é o Cordeiro Morto – v. 6-7, 12-13, 21-24
• Não é a
vida do Cordeiro que salva. Não é o exemplo do Cordeiro que redime. Não é a
presença do Cordeiro na família que livra da morte. O cordeiro tinha que ser
morto. É a morte de Cristo que nos trouxe salvação. Sem derramamento de sangue
não há remissão de pecados (Hb 9:22).
• Algumas
pessoas dizem que admiram a vida, o exemplo e os ensinos de Jesus.
Outros põem
sua confiança nos milagres de Jesus.
Mas ninguém é
salvo pelos ensinos de Jesus, mas sim, pelo seu sangue.
É a morte de
Cristo que nos trouxe salvação.
a) Mt 20:28 – Ele veio
para dar a sua vida em resgate de muitos
b) Mt 26:28 – Este é o
meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para
remissão de pecados.
c) Ap 5:9 – Foste
morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo,
língua, povo e nação.
• Jesus foi o nosso substituto. Ele morreu em nosso lugar.
Sua morte foi
vicária, substitutiva. Ele morreu a nossa morte. Deus fez cair sobre ele a
iniquidade de todos nós. O inocente morreu pelo culpado.
4.
O Cordeiro da Páscoa é o
Cordeiro do sangue aplicado
– v. 7,12,13,21,23,24
• Não basta saber que o Cordeiro foi morto.
Não é também
o sangue do Cordeiro que livra do juízo, mas o sangue do Cordeiro aplicado. Deus disse:
“Quando eu vir o sangue, passsarei por sobre vós” (v. 13).
• A apropriação da expiação precisa ser pessoal: “Cristo me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl
2:20).
a) O sangue é sinal de distinção – O que distinguia os egípcios dos israelitas naquela
noite do juízo era o sangue. Na verdade só existem duas categorias de pessoas:
os que pertencem à igreja dos comprados pelo sangue da redenção e aqueles que
ainda estão debaixo de seus pecados. O que vai importar naquele dia não é a sua
religião, suas obras, seus méritos, seus dons, mas se você está ou não debaixo
do sangue.
b) O sangue é sinal de salvação – Onde o anjo da morte via o sangue não entrava, pois o sangue lhe
dizia:“Aqui já foi realizado o juízo, aqui a obra já está feita”. Só o sangue
do Cordeiro retinha a espada do juízo. Os filhos de Jacó não eram melhores, nem
mais hábeis, nem mais santos, nem mais justos. O que os distinguia era o
sangue. Quem está debaixo do sangue do Cordeiro está justificado. Agora já não
há mais nenhuma condenação.
c) O sangue é sinal de segurança – O centro do Cristianismo é a cruz e o significado da
cruz é a substituição. Cristo morreu por nós. Ele carregou os nossos pecados em
seu próprio corpo. O castigo que nos trás a paz estava sobre ele. No sangue de
Cristo temos segurança de perdão, de purificação.
5.
O Cordeiro da Páscoa é o
Cordeiro Sustentador
– v. 8-11
• Aqueles que
são salvos pelo sangue do Cordeiro, alimentam-se do Cordeiro.
O sangue nos
livra do cativeiro e da morte.
O cordeiro
nos sustenta para a caminhada rumo à Canaã celestial. Cristo é o alimento.
a) O conteúdo
da refeição (v. 8) – A refeição da Páscoa era
feita do Cordeiro assado, ervas amargas e pão sem fermento.
• O CORDEIRO
ASSADO NO FOGO – O nosso Cordeiro sofreu na cruz o fogo da justiça de Deus.
Cristo foi ferido e moído na cruz.
• ERVAS
AMARGAS – falam do sofrimento que deixaram no Egito e das provas que teriam
pela frente.
• PÃO SEM
FERMENTO – O fermento é símbolo de impureza, pecado oculto, falso ensino (Mt 16:6-12), hipocrisia (Lc 12:1) e vida pecaminosa (1
Co 5:6-8).
b) A maneira
de participar da refeição (v. 11) – A Páscoa precisa ser
comida com pressa. Era hora de sair do Egito. Prontidão para marchar. Lombos
cingidos, sandálias nos pés, e cajado na mão. Como-lo-eis à pressa. Deus tem
pressa que você saia do Egito. Faraó quis deter o povo:
1) Sirvam a
Deus no Egito mesmo (8:25);
2) Fiquem
perto (8:28); 3) Fiquem os jovens (10:10,11); 4) Fiquem os rebanhos (10:24-26).
Moisés não negocia. O Egito não é o lugar para o povo de Deus permanecer.
6.
O Cordeiro da Páscoa é o
Cordeiro Vivo – Ap 1:18
• O
Apocalipse nos aponta o Cordeiro de Deus, como
aquele que está vivo. Que está no trono. Que reina. Aquele diante de quem todo joelho se dobra.
• O
Apocalipse nos aponta o Cordeiro que tem sete
chifres, onipotente; que tem sete olhos, onisciente. O Cordeiro que voltará para julgar as nações.
IV.
A PÁSCOA É UM MEMORIAL A SER PERPETUADO A FIM QUE AS NOVAS GERAÇÕES CONHEÇAM A SALVAÇÃO DE DEUS – V. 14,17,24,26-28
1. Conte para as futuras gerações
o que Deus fez por você – v. 26-28
• A nova
geração que iria entrar na terra prometida, poderia esquecer-se da amarga
escravidão do Egito bem como dos poderosos feitos libertários de Deus. A
celebração contínua da Páscoa era um instrumento pedagógico de Deus para manter
viva na memória do povo, a história da redenção.
• A morte de
Cristo na cruz é o nosso ÊXODO.
• O Cordeiro
que foi morto, mas está vivo é o NOSSO ALIMENTO.
• Somos
responsáveis a instruir a nova geração a conhecer a Deus, a amar a Deus e a
alegrar-se nos seus poderosos feitos.
2. Conte para as pessoas que só
aqueles que recebem o selo do pacto podem participar da Páscoa – v. 43,44,45,48
• Nenhuma
pessoa pode alimentar-se de Cristo, antes de ser liberto e salvo pelo sangue de
Cristo. Ninguém pode fazer parte da solene assembléia do povo de Deus, antes de
reconhecer que precisa estar debaixo do sangue do Cordeiro.
• Comer sem
discernir o Corpo é comer para o próprio juízo.
• A
circuncisão era o selo da antiga da aliança, como o batismo é o selo da nova
aliança. Só aqueles que se arrependem, crêem e são batizados são introduzidos
nessa bendita assembléia dos remidos.
3. Tenha o cuidado de celebrar a
Páscoa com santidade – v. 15-20
• Ao
celebrarmos a Ceia do Senhor precisamos examinar o nosso coração, a nossa vida.
O fermento é um símbolo do pecado oculto. Começa pequeno, age secretamente, mas
espalha-se rapidamente. Ele cresce e incha e infiltra em toda a massa. Não
podemos associar iniquidade com ajuntamento solene. Paulo diz: “Lançai fora o
velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento.
Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebremos a
festa não com o velho fermento, nem como fermento da maldade e da malícia e sim
com os asmos da sinceridade e da verdade” (1 Co 5:7-8).
V.
A PÁSCOA QUE CELEBRAMOS É A PÁSCOA DO SENHOR – V. 11,27
• 17 vezes o
Senhor é mencionado em Êxodo 12. Ele é o centro da história da redenção.
1. Deus revelou o seu poder – v. 29-30
• À
meia-noite, Deus visitou em juízo as casas dos egípcios. A Páscoa é um símbolo
de rendenção para o povo de Deus e de juízo para os ímpios. A morte não
respeitou posição nem poder nem idade. A morte não alcançou os israelitas
porque eles estavam debaixo do sangue do Cordeiro pascal. Você está debaixo do
sangue?
2. Deus guardou a sua promessa – v. 31-36
• Deus havia
falado tudo o que ia acontecer. Mas faraó endureceu o seu coração e não creu
(Ex 11:1-8). Aqueles que obedeceram foram salvos. Os incrédulos perecem.
• Assim será
no dia do juízo. Aqueles que crêem e correm para o abrigo do sangue do Cordeiro
escaparão do furor da ira do Deus Todo-poderoso, mas aqueles que zombam do sangue
do Cordeiro, perecerão. Passará os céus e a terra, mas a Palavra de Deus não
passará.
3. Deus libertou o seu povo – v.
37-42,51
• Os
israelitas saíram corajosamente do Egito, enquanto estes estavam sepultando os
seus mortos (Nm 33:3-4). 600 mil homens, 2 milhões de pessoas. O Êxodo foi a
maior demonstração da libertação de Deus na vida de Israel, símbolo da nossa
redenção.
CONCLUSÃO
• A Páscoa
deve levar-nos a uma profunda investição, a fim de saber se de fato todos os
membros da família estão debaixo do sangue – v. 22
• A Páscoa
deve levar-nos a um compromisso familiar de explicar para os nossos filhos o
que Deus fez por nós. Quem ele é para nós – v. 26,27.
• A Páscoa
deve levar-nos à adoração – v. 27.
Rev. Hernandes Dias Lopes
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